Na manhã dessa segunda-feira (1), o governador Wellington Dias (PT) criticou a decisão do Governo Federal de privatizar a Eletrobras Distribuição Piauí e afirmou que não aceitará a venda até que seja paga uma dívida de R$ 800 milhões da União com o Estado do Piauí.
Wellington Dias participou na semana passada de uma audiência com a ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, para tentar evitar a privatização. Ele explicou que o caso do Piauí é diferente de outros estados. “Nós estivemos junto ao Supremo mostrando o prejuízo que se tem ao Estado do Piauí pela forma como foi feita, sem muita discussão sobre esse processo. O caso específico do Piauí é diferente de outros estados brasileiros, nós temos uma empresa estadual, no caso a Cepisa, que foi federalizada e o governo federal ainda hoje não pagou. Então como é que vai vender o que não se pagou? Então estou confiante de que a justiça deve se encaminhar. Nos cálculos que nos apresentamos falta a União pagar R$ 800 milhões ao Estado do Piauí”, explicou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Wellington Dias
Ele ainda destacou que esse não era o momento certo do governo federal tratar sobre esse assunto. “O momento também é muito inadequado. Por isso no Fórum dos Governadores tivemos uma posição contrária da privatização nesse compasso que está sendo feito em relação setores estratégicos no caso da energia e da Chesf. Se fosse a leilão nesse instante, a nossa Cepisa teria um valor de R$ 1 real. É razoável deixar esse nosso patrimônio ser vendido a R$ 1 real?”, questionou o governador.
Wellington destacou que enquanto estiver no governo irá trabalhar para evitar a privatização, até que seja paga a dívida da união com o Estado do Piauí. “Lá atrás o estado assumiu uma dívida que era algo de R$ 700 milhões, que hoje atualizado seria uns R$ 4 bilhões. O povo piauiense pagou essa conta, para entregar uma empresa sem dívidas para a União. Agora querem vender a empresa por R$ 1 real. Certamente, enquanto eu for governador, eu não quero comungar de uma situação como essa. O ministro das Minas e Energia reconhece que o Piauí é uma situação particular dentro do Brasil, e já viu com o BNDES a necessidade de regularizar essa situação”, finalizou.
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