O vereador de Pau D’arco do Piauí Antônio Lima (SDD) procurou o GP1, na última terça-feira (14), para denunciar que o prefeito Milton Passos (PRB) está ameaçando cortar o repasse do programa Bolsa Família dos beneficiários que tirarem seus filhos das escolas municipais.
Segundo o vereador, as escolas do município não possuem estrutura adequada e por esse motivo as mães procuram escolas em cidades vizinhas, o que está gerando o descontentamento do prefeito. “Uma das mães matriculou o filho em uma escola na localidade Chapadinha, na zona rural de Teresina, mas foi ameaçada pelo prefeito e a criança voltou a estudar em Pau D’arco, em uma escola que não tem boa estrutura”, denunciou Antônio Lima.
De acordo com a folha de pagamento do programa Bolsa Família, emitida pelo Ministério de Desenvolvimento Social e combate à fome, 828 famílias recebem o benefício na cidade de Pau d’Arco.
Além da ameaça de cortar o bolsa família, o prefeito utilizou outras ações para impedir o deslocamento de alunos para cidade vizinhas.
Maria Isabel da Conceição é uma das mães que está revoltada com a situação da educação no município. Em entrevista ao GP1, na manhã desta quinta-feira (16), Isabel disse que a única escola que o povoado possui não atende às necessidades dos moradores. “A escola só tem duas salas de aula e um corredor, não tem muro, não tem diretora, não tem nada. Só uma professora responde como diretora, secretária, toda informação que você procura é ela que resolve”, descreveu.
Imagem: Divulgação
Prefeito Milton Passos
Prefeito Milton PassosResidente no povoado São Francisco I, Maria teve que matricular os dois filhos em uma escola na cidade de Demerval Lobão, cerca de 103 km de distância da localidade onde mora. “O meu filho estuda no 6° ano do ensino fundamental e a escola aqui só tem até o 5°ano”, falou a mãe expondo a necessidade de ampliação da Unidade Escolar Firmo de Abreu Bacelar, única do município de Pau D’arco.
Ela denunciou que o prefeito impediu a entrada do ônibus que leva os alunos para Demerval Lobão. “O ônibus passava aqui na porta da minha casa, e ele [prefeito] mandou que o ônibus não passasse mais por aqui e meus filhos não tem como ir para escola”.
O ônibus citado pela denunciante é de posse da prefeitura de Demerval Lobão, adquirido através do Fundeb com finalidade de fazer o transporte de alunos.
O ônibus citado pela denunciante é de posse da prefeitura de Demerval Lobão, adquirido através do Fundeb com finalidade de fazer o transporte de alunos.
Outro lado
Ouvido pelo GP1 nesta quinta-feira (16), o prefeito Milton Passos assegurou que a escola oferece todas as séries do ensino fundamental e que o problema são as turmas que não são formadas. “Nós temos cinco professores e apenas 52 alunos matriculados, de acordo com as regras do MEC, uma turma tem que ser formada com um mínimo de 25 alunos, aqui não tem como”.
Em relação aos ônibus da prefeitura de Demerval Lobão, Milton disse que “para transitar em outras cidades a prefeitura precisa de alvará e eu já me certifiquei de que eles não têm”.
Em tom autoritário, o gestor deixou claro que não aceitará o tráfego de ônibus de outras cidades. “Não admito mesmo que ônibus de outros municípios venham pegar alunos no meu município, isso não vai acontecer de jeito nenhum”. O gestor deixou claro que usará de seu poder para impedir que alunos estudem em outras localidades e disparou que “o prefeito da cidade sou eu, quem manda aqui sou eu”.
Sobre as ameaças de corte do Bolsa Família, o prefeito explicou que a retenção do benefício acontece quando não há frequência dos alunos. “As mães retiram os alunos, mas não cancelam a matricula aqui, então fica constando falta desses alunos, ai o cadastro é cancelado. Não sou eu que corto”.
Sobre as ameaças de corte do Bolsa Família, o prefeito explicou que a retenção do benefício acontece quando não há frequência dos alunos. “As mães retiram os alunos, mas não cancelam a matricula aqui, então fica constando falta desses alunos, ai o cadastro é cancelado. Não sou eu que corto”.
Milton Passos atribuiu as denúncias às manobras políticas de opositores. “Isso é só política, jogo político deles, denúncias sem fundamento”.
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