A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do senador Ciro Nogueira do Progressistas, onde encontrou cerca de R$ 200 mil em dinheiro. A operação realizada nesta terça é um desdobramento da Lava Jato.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Ciro Nogueira
O advogado do senador piauiense, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, falou ao G1 por meio de nota que o parlamentar declarou no seu Imposto de Renda que tem dinheiro em espécie no valor de R$ 180 mil. O restante, segundo ele, pode ser de sua mulher a deputada federal Iracema Portela (Progressistas). “Os recursos são legais e vamos, inclusive, fazer uma petição solicitando a devolução do dinheiro”, afirmou Kakay.
Segundo ele, o senador, que preside o PP, retornará ao Brasil na próxima quinta-feira (26), para se colocar à disposição da PF e do Ministério Público para depoimentos. Ele está em viagem oficial à Europa para reuniões na OMC (Organização Mundial de Comércio).
Veja a nota na íntegra:
A defesa do senador Ciro Nogueira deseja esclarecer que a busca e apreensão efetuada na residência e no gabinete do Senador, embora a defesa entenda que foi absolutamente desnecessária, ocorreu rigorosamente dentro da legalidade, em cumprimento a ordem emanada de Ministro do Supremo. Na residência não houve documento apreendido e a apreensão de montante em espécie é facilmente justificada, pois o senador tem em seu IR valores em moeda regularmente declarados.
Ademais, dentro dos cofres localizados na residência, cujas senhas foram voluntariamente fornecidas pelo casal, também tinham pertences e valores particulares de sua esposa, que é deputada federal. Os poucos documentos apreendidos no gabinete do senador não causam nenhuma preocupação.
A afirmação de que o senador, de alguma maneira, pudesse ter feito qualquer movimento a ser equivocadamente entendido como tentativa de obstrução é , nas palavras do senador, completamente fora da realidade. Sequer 'en passant' o senador praticou qualquer ato que pudesse ser interpretado como tentativa de embaraço. A defesa reitera que o senador Ciro continua à disposição do poder Judiciário para todo e qualquer esclarecimento, como sempre esteve.
Ameaça a assessor
O ex-assessor parlamentar José Expedito Rodrigues Almeida revelou à Polícia Federal que foi ameaçado pelo senador Ciro Nogueira e pelo deputado Dudu da Fonte, alvos de busca e apreensão pela PF nesta terça. Almeida contou à PF que foi procurado pelo ex-deputado Márcio Junqueira preso nesta terça-feira, em nome de Ciro e Dudu. “Ele disse que era para eu sumir”, revelou.
Segundo o Antagonista, Almeida chegou a entrar para o programa de proteção à testemunha, mas saiu logo depois. Foi quando começou a ser assediado por Junqueira, que lhe prometeu emprego e casa em Roraima.
Para “desaparecer”, o emissário de Ciro e Dudu também fez vários pagamentos ao ex-assessor. O dinheiro era entregue em diferentes cidades. Ele também pagou mais de R$ 100 mil em propina, usando “boletos bancários”.
Ainda segundo o Antagonista, o ex-assessor parlamentar foi testemunha-chave no inquérito do quadrilhão do PP, quando revelou pagamentos de propina a seu ex-chefe e hoje presidente do partido, senador Ciro Nogueira (Progressistas).
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