A Petrobras vai aumentar o preço do diesel em R$ 0,10 por litro. O anúnciou do reajuste foi feito pelo presidente da estatal, Roberto Castello Branco, logo no início da coletiva de imprensa que acontece na noite desta quarta-feira, 17. O executivo afirmou que a política de preços da empresa será mantida. O preço do diesel a partir desta quinta-feira, dia 18, será de R$ 2,2470, alta de 4,84%.
Segundo ele, a petrolífera não teve prejuízo com o adiamento do reajuste, por conta de operações financeiras que protegiam a empresa contra a oscilação dos preços. Castello Branco afirma que o reajuste anunciado nesta quarta-feira será menor do que o previsto na semana passada, pois o custo do frete marítimo caiu.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoRoberto Castello Branco
Após a interferência do presidente Jair Bolsonaro, Castello Branco deixou claro que a política de preços da empresa não mudou. Na semana passada, uma ligação do presidente Bolsonaro, que questionou o tamanho do reajuste, causou o adiamento do aumento. O ruído gerado no mercado resultou também em uma perda bilionária no valor de mercado da empresa.
Castello Branco afirmou ainda que não houve perda com o adiamento do reajuste. "A Petrobras teve perda zero com adiamento do ajuste do diesel", isso por conta de operações financeiras que protegiam a companhia da oscilação dos preços. "O frete marítimo caiu e por isso o aumento foi menor que o anunciado (anteriormente), de 5,7%", afirmou, completando: "Esse acontecimento teve final feliz, reafirmou a independência da Petrobras".
Intervalo
Roberto Castello Branco afirmou também que nada impede que a estatal decida mudar o intervalo do reajuste da companhia. Segundo ele, a companhia pode optar por aplicar o aumento "quando achar importante".
Questionado sobre o reajuste no diesel impactar a decisão dos caminhoneiros de fazer nova paralisação, Castello Branco afirmou que justamente essa preocupação o fez adiar o ajuste na semana passada. "Todos nós sofremos com a greve dos caminhoneiros (em 2018), foi com base nisso que sustei o ajuste", disse. Ele ressaltou também que só vê greves desse tipo em países como Brasil e França, onde o refino é estatal. "Já reclamei da solidão no refino, sou contra o monopólio", disse.
Ele afirmou que irá apresentar a proposta de venda de refinarias à diretoria-executiva e depois ao conselho. A reunião do conselho de abril ainda não ocorreu. "A venda das refinarias vai mostrar que a companhia não vai ter interferência externa", disse, após ruído sobre interferência do presidente Jair Bolsonaro na política de preços, na semana passada, ter causado uma grande queda nos papéis da empresa. E emendou que quem decide o tamanho do aumento é a diretoria de refino junto com o financeiro da empresa. "A palavra final é minha quando tem divergência", completou.
Castello Branco deixou claro ainda que o presidente Jair Bolsonaro não teve ciência prévia do novo reajuste. "O presidente soube agora do aumento. Não soube antes", disse ao lembrar que, na semana passada, o chefe de Estado "não pediu nada, apenas alertou os riscos".
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