O promotor João Mendes Benigno Filho, da 13ª Promotoria de Justiça, ingressou com Recurso em Sentido Estrito contra a decisão do juiz Antônio Reis de Jesus Nolleto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, que relaxou a prisão preventiva de Paulo Alves dos Santos Neto, assassino confesso da cabeleireira Aretha Dantas Claro e com isso, concedeu liberdade provisória com medidas cautelares.
No recurso protocolado na última quarta-feira (22), o promotor pede que o juiz reveja sua decisão e decrete a prisão do acusado, ou caso contrário, remeta os autos para o Tribunal de Justiça para processamento e julgamento.
- Foto: DivulgaçãoAssassino de Aretha Dantas, Paulo Alves
Segundo o promotor, a defesa vem dando causa à demora processual e argumenta que os prazos servem apenas de parâmetro para a finalização da instrução criminal, “de maneira que não se pode identificar o excesso através de mera soma aritmética dos prazos processuais, podendo haver flexibilização diante das peculiaridades do caso concreto, em homenagem ao princípio da razoabilidade”.
Alega que a prisão do acusado não se revela excessivo quando feita a análise de um processo que possui 02 (dois) volumes, Incidente de insanidade mental apresentado pela defesa e recursos para a retirada de provas.
- Foto: Lucas Dias/GP1Promotor Benigno Filho
O MP diz que as provas processuais já constantes no processo são suficientes para apontar a autoria criminosa, havendo então por parte da defesa o desejo de deixar transparecer um falso excesso de prazo.
“Urge ressaltar que a soltura do acusado compromete a aplicação da lei penal e a instrução processual, pois, além da notória possibilidade de fuga do distrito da culpa, as testemunhas e familiares da vítima ouvidas em audiência apresentaram temor em depor na frente do Acusado, nesse momento, encontram-se em pânico e com total descredito para com a Justiça Criminal, consoante relatam em diversas entrevistas concedidas aos jornais locais”, destaca o promotor João Mendes Benigno Filho.
O juiz determinou a intimação do assistente de acusação e a defesa do acusado para apresentarem as contrarrazões no prazo legal.
O crime
Aretha foi encontrada morta com perfurações de arma branca e sinais de atropelamento, na madrugada de 15 de maio de 2018, na Avenida Maranhão, zona sul de Teresina. O ex-companheiro dela, Paulo Alves dos Santos Neto, foi considerado o principal suspeito do crime.
- Foto: Facebook/Aretha ClaroAretha Claro
Na noite do dia 16 de maio, Paulo se entregou à polícia e confessou a autoria do feminicídio.
NOTÍCIAS RELACIONADAS
'Esse juiz não tem coração', diz pai de Aretha após soltura de assassino
Juiz manda soltar assassino confesso da cabeleireira Aretha Dantas
Acusado de matar Aretha pede substituição de prisão por medidas cautelares
Ver todos os comentários | 0 |