O vice-presidente e chefe do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Hamilton Mourão (PRTB), repetiu, nesta segunda-feira, 5, que o País tem sofrido ataques internacionais por causa de "uma questão ideológica" contrária ao presidente Jair Bolsonaro, a despeito do que "está acontecendo efetivamente". Mourão e o governo têm sido pressionados por diversos setores, entre eles o agronegócio, fundos internacionais, organizações não-governamentais, e órgãos legislativos, para conter os incêndios florestais históricos que acometem a região da Amazônia e o Pantanal.
Em entrevista à Rádio Eldorado, Mourão afirmou que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2000 e 2018, foram desmatados 269,8 mil km² da floresta amazônica, ou seja uma média de 15 mil km² por ano. "E todo mundo ficou em silêncio. Não tinha ninguém reclamando nesse período", afirmou Mourão.
Entretanto, Mourão deixou de ressaltar que o estudo do instituto aponta uma desaceleração nas perdas de áreas naturais no País entre os anos 2000 e 2018, revertida durante o governo Bolsonaro. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto do ano passado e julho deste ano, os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram um aumento de 34,5%, na comparação com os 12 meses anteriores.
Entre as propostas para custear obras de infraestrutura e as ações direcionadas ao desenvolvimento sustentável, o governo analisa usar recursos de doações privadas. "Não adianta jogar R$ 1 bilhão dentro do nosso orçamento federal advindo de doações porque ele impacta o teto de gastos. Eu tenho que tirar para o outro lado esse mesmo R$ 1 bilhão que entrou. Na minha visão o financiamento ele é muito mais do setor privado direto em projetos que sejam exequíveis na área do desenvolvimento", afirmou Mourão.
De acordo com o vice-presidente - apesar da fala de que há um interesse em "explorar a Amazônia com os Estados Unidos" feita por Bolsonaro ao ex-vice-presidente norte-americano, Al Gore, durante a Sessão Plenária do Fórum Econômico Mundial de 2019, em Davos, na Suíça -, o País não quer trazer nenhum grupo estrangeiro específico para explorar a Amazônia.
Mourão também defendeu o uso das terras indígenas para a exploração de recursos minerais, por meio de regulamentação do Congresso e afirmou que a concessão de lavra a empresas geraria impostos e royalties para a população indígena.
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