A falta de combustível na maioria dos postos de Teresina tem causado filas quilômetros nos estabelecimentos que ainda estão oferecendo o produto. A situação caótica pôde ser observada, na manhã desta segunda-feira (28), no posto São Raimundo, localizado na Avenida Universitária, zona leste de Teresina. Na fila era possível observar vários motoristas tendo que empurrar os veículos para economizar o que ainda restava ou mesmo por já estarem com os tanques vazios. A gasolina chegou no posto de combustível, um dos poucos da capital que ainda possuem combustíveis, por volta das 07h da manhã de hoje (28).
Na fila há horas, o motorista Rômulo Pereira estava receoso de depois de enfrentar uma longa espera, o combustível não ser em quantidade suficiente para atender a demanda. “Tem que ver se vai ter gasolina quando chegar no posto. Eu me assustei porque o posto e lá na frente e já está bem aqui perto da Ponte Estaiada. Antes da greve começar nós enchemos o tanque, mas, já está na reserva de novo, porque como é um deposito de água, nos rodamos muito”, disse o motorista que afirmou apoiar a paralisação dos caminheiros. “Eu apoio porque a gasolina está muito cara e o presidente [Michel Temer] vendo isso, vai ter que diminuir o preço”, acredita ele.
A nossa reportagem também flagrou a aposentada Conceição tentando abastecer o veículo. “Já estou aqui desde às 9h. Eu comecei lá na Ponte Estaiada, mas, tem que esperar porque o carro já está na reserva. Eu vou passar a manhã toda aqui. Eu já tinha ido umas três vezes ao posto e sempre quando eu passava a fila estava imensa, então, eu ficava deixando para depois. Eu não imaginava que ia chegar a esse ponto. A gente sempre espera que vai melhorar, mas, só piorou”, lamentou a aposentada que espera uma solução rápida para o problema. “Estou achando um absurdo. Tomara que já resolvam porque já está demais”.
O motorista Danilo Rocha ressaltou a legalidade da paralisação dos caminhoneiros, contudo, observou que o movimento que conta com o apoio popular, não deve prejudicar o direito de ir e vir dos cidadãos. Por isso, ele defende um meio-termo.
“O movimento dos caminheiros é legítimo, porém, na medida em que o tempo passa, a população perde o direito de ir e vir, de trabalhar, de poder deixar os filhos na escola. Consequentemente, gera rejeição e, automaticamente, perde o apoio popular. Isso para a categoria é ruim, porque o povo está do lado dos caminhoneiros. Agora, é só essa questão de fazer a liberação parcial, entre 40% a 50% para que o povo possa abastecer e tocar a vida normalmente”, analisou Danilo que defende a continuidade da greve, mas, de maneira moderada. “Devem continuar, porém, de uma forma moderada e, principalmente, liberando parcialmente, a questão de combustível, a questão de alimentação, e outros itens necessários para que a população possa viver seu dia-a-dia”.
Apesar de passar horas na fila para abastecer, o fotógrafo Marcos Soares disse que apoia a paralisação dos caminhoneiros. “Eles tomaram uma iniciativa muito boa. Eu apoio porque eles podem até prejudicar algumas coisas, mas, também estão lutando pela melhoria, não só para eles, mas, para nós. A manifestação deve continuar mesmo a gente passando por isso”, afirmou o fotógrafo.
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