Brunno Suênio
Os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina devem iniciar uma greve no próximo dia 04 de fevereiro diante da falta de acordo com os empresários do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), que afirmaram não poder arcar com as despesas de um reajuste salarial em virtude de uma dívida da Prefeitura de Teresina com o Setut, avaliada em aproximadamente R$ 13 milhões.
Na tarde desta segunda-feira (28), houve uma nova reunião na Superintendência Regional do Trabalho, onde participaram representantes do Setut, do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro) e da Prefeitura de Teresina, representada pelo superintendente da Strans, Carlos Daniel.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1
Fernando Feijão, presidente do Sintetro
O presidente do Sintetro, Fernando Feijão, lamentou a falta de acordo e adiantou que nesta terça-feira (29) haverá uma assembleia da categoria, que decidir sobre a greve dos motoristas e cobradores de ônibus da capital.
“O resultado, infelizmente, foi negativo para os trabalhadores. Os empresários exigiram a presença da prefeitura e o superintendente da Strans, Carlos Daniel, assumiu que a prefeitura tem uma dívida de cerca de R$ 8 milhões para com eles [Setut], mas a forma de pagamento e quando ia fazê-lo não ficou decidido. Então os empresários disseram novamente que só assinariam o acordo com os trabalhadores se a prefeitura assumisse o dia, a hora e o momento que iriam pagar e como iriam pagar essa dívida. Nós saímos frustrados de lá, pois esperávamos que houvesse um acordo. Amanhã teremos uma assembleia com a categoria e tudo indica que vai ser para deliberar uma greve, que deve se iniciar depois de serem cumpridos todos os prazos que a lei exige, apenas no dia 4, a priori seria isso”, frisou Fernando Feijão.
O que diz o Setut
Em entrevista ao GP1, na noite desta segunda-feira, o presidente do Setut, Marcelino Lopes, informou que o valor devido pela Prefeitura de Teresina aos empresários gira em torno de R$ 13 milhões e não R$ 8 milhões, como apresentado pelo superintendente da Strans durante a reunião. O presidente do Setut disse ainda que foi aberta uma auditoria para chegar ao valor exato da dívida da Prefeitura de Teresina para com o Setut e a previsão é que o valor seja bem maior, que o reclamado pelos empresários.
“Esses valores que a gente está discutindo são valores de um acordo que fizemos para poder rodar com os ônibus, pois existe uma auditoria externa contratada e eu acho que vai dar bem acima dos R$ 13 milhões. Esse acordo foi feito em 2017 e em 2018 não pagaram nada, zero! A prefeitura reconhece que tem uma dívida, mas a palavra final tem que ser do prefeito. Então a gente pediu para ele [Carlos Daniel] marcar uma nova reunião do prefeito com os empresários. Todos nós queremos dar reajuste para os seus colaboradores, mas o que adianta eu dizer que vou te dar 2, 3, 5, 10% se eu não tenho como te dar? Aí vão me chamar de ladrão e disso eu não quero ser chamado disso. Então eu prefiro jogar com a verdade e dizer que tenho não tenho como pagar, por que eu tenho dinheiro pra trás e pra frente para receber”, asseverou Marcelino Lopes.
O que diz a Strans
O GP1 procurou o superintendente da Strans, Carlos Daniel, mas seu telefone estava desligado. A assessoria de comunicação da Strans também não foi localizada para comentar o assunto.
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