Na tarde desta quarta-feira (12), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos casos da Operação Lava Jato na primeira instância, condenou a nove anos e seis meses o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal que envolve um tríplex em Guarujá, em São Paulo. Na sentença, Moro afirmou que foi intimidado e que não decretou a prisão neste momento do processo por "prudência".
Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Outras seis pessoas também foram condenadas no processo. Ainda segundo Moro, há pelo menos dois depoimentos que afirmam que Lula orientou a destruição de provas no caso.
- Foto: Eduardo Frazão/FramePhoto/EstadãoConteúdo/Albery Santini/Futura Press/Estadão ConteúdoLula e Moro
Moro escreveu na sentença:
“Tem ele [Lula], orientado por seus advogados, adotado táticas bastante questionáveis, como de intimidação do ora julgador, com a propositura de queixa-crime improcedente, e de intimidação de outros agentes da lei, procurador da República e delegado, com a propositura de ações de indenização por crimes contra a honra.” (...)
“Essas condutas são inapropriadas e revelam tentativa de intimidação da Justiça, dos agentes da lei e até da imprensa para que não cumpram o seu dever”, afirmou.
“Aliando esse comportamento com os episódios de orientação a terceiros para destruição de provas, até caberia cogitar a decretação da prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, argumentou.
"Entretanto, considerando que a prisão cautelar de um ex-presidente da República não deixa de envolver certos traumas, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de se extrair as consequências próprias da condenação", concluiu.
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