Os profissionais de saúde lotados na Maternidade Evangelina Rosa realizaram na manhã deste sábado (24), por volta das 8h, uma manifestação contra a falta de estrutura, de equipamentos e de condições de trabalho na unidade de saúde situada na Avenida Higino Cunha, bairro Cristo Rei, zona sul de Teresina.
De acordo com uma médica do hospital e também responsável pelo ato, e que não quis se identificar, os problemas iniciaram com a municipalização dos hospitais, acarretando na superlotação das unidades de saúde localizadas na capital.
- Foto: Lucas Dias/GP1Maternidade Evangelina Rosa
“Os hospitais eram gerenciados pelo Estado. Entretanto, as unidades de saúde passaram pelo processo de municipalização. Então, as verbas destinadas para as cidades não têm como manter os hospitais. Por isso, de uma forma geral, a maioria dos hospitais municipais não funcionam. Muitas pessoas do interior vêm para a capital para serem atendidas e isso acarreta na superlotação dos hospitais, como a Maternidade Evangelina Rosa”, revelou.
A médica explicou que os profissionais chegam a ter que escolher qual paciente deve ser operado, devido à falta de materiais e equipamentos hospitalares. “Nós estamos reivindicando pela falta de materiais como fio, anestésicos, seringas. Nós recebemos a informação de que os fornecedores não estão sendo pagos e por isso está esse caos. Isso acarreta morte maternal, morte fetal, atrasos das cirurgias, fora que tem dias que somos obrigados a escolher qual pacientes nós iremos operar”, concluiu.
No ato público ocorrido na manhã de hoje (24), todos os trabalhadores foram com roupas pretas, simbolizando o luto que faz alusão à morte, fato recorrente na maternidade devido aos problemas enfrentados.
Outro lado
Procurada pelo GP1 na tarde deste sábado (24), a assessoria de comunicação da Maternidade Evangelina Rosa explicou que não procede a informação de falta de determinados materiais e/ou medicamentos que venham a prejudicar a segurança dos pacientes.
Em nota, a assessoria informou que, referente a superlotação, “o problema existe pontualmente e enfatizamos que a maternidade é referência em alta complexidade do Estado, que hoje cerca de 50% das parturientes internadas na Casa são de baixo risco. E não se pode atribuir o problema apenas à Evangelina Rosa. A superlotação da Maternidade está diretamente ligada a falhas na atenção básica que não funciona como deveria”, revelou.
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