A Polícia Militar está reforçando o policiamento na Assembleia Legislativa para evitar manifestações relacionadas à PEC de nº 03/2016, que limita gastos públicos em um período de 10 anos. Alguns manifestantes já estão concentrados no local, mas estão sendo impedidos de entrar. A imprensa também estava impedida de entrar na Assembleia, mas depois a assessoria do presidente Themístocles Filho liberou a entrada.
- Foto: Lucas Dias/GP1Polícia reforça segurança no local
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Piauí (Sinte), Odeni Silva, criticou o fato da população estar impedida de entrar na Assembleia para acompanhar a votação. “Pelo que nós estamos vendo o governo vai conseguir aprovar essa PEC, com apoio de 90% dessa Casa, inclusive que deixou de ser do povo, e que passou a ser casa do governador Wellington Dias, do Themistocles, e dos deputados. Aqui ninguém entra. Tem muita polícia aqui para impedir que os trabalhadores e as entidades possam acompanhar a votação desse projeto, que só traz sacrifícios para nós. É um governo que quer impedir a crise, mas tirando só dos pobres, pois inviabiliza as negociações de reajuste, inviabiliza a realização de concursos públicos, as melhorias nos planos de carreira não terão mais. Muito nos estranha aprovar uma PEC que do ponto de vista deles é boa, mas aí não faz diálogo com as entidades e nos recebe dessa forma. Somos contra esse projeto, pois querendo ou não vai ser votado. O governo comprou os deputados, mas a luta vai continuar em 2017”, destacou a presidente em entrevista ao GP1.
- Foto: Lucas Dias/GP1Odeni Silva
O professor Daniel Solon também criticou a votação do projeto. “Já participo de movimentos sindicais há algum tempo e não me lembro de ter visto esse tipo de cerco que foi feito aqui na Assembleia Legislativa para impedir a manifestação democrática dos movimentos sociais. Como é que um governo que se diz democrático atua desse jeito na repressão dos movimentos sociais? Os carros de som estão sendo impedidos de chegar perto, a água também, e isso mostra a disposição do governo para repressão dos movimentos sociais. Na prática ele está fazendo uma repetição do projeto do Michel Temer que tira dinheiro de áreas que são bastante comprometidas como a saúde, educação, saneamento, segurança, onde tem pouquíssimos recursos, e agora o Wellington Dias segue a mesma lógica. É mais dificuldade de ter acesso à saúde pública, acesso à educação de qualidade, onde a Uespi ameaça fechar vários cursos devido a falta de professores, isso reflete em várias outras áreas, esse é o retrato do que o governo quer”, criticou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Daniel Solon
Tumulto
Um pequeno tumulto foi registrado, após um confronto entre os policiais e os manifestantes, após o veículo de um sindicato ultrapassar uma barreira. O fatos dos policiais tentarem tirar veículo gerou revolta entre os manifestantes. Logo depois uma equipe do Bope chegou ao local.
- Foto: Lucas Dias/GP1Manifestantes na Alepi
- Foto: Lucas Dias/GP1Manifestação
- Foto: Lucas Dias/GP1Tropa do Bope está na Alepi
Entenda o caso
A PEC tem causado divergências envolvendo várias categorias e o governo estadual. Na quarta-feira (21), manifestantes tentaram invadir a sala da presidência da Alepi, mas foram contidos pela Polícia Militar. Na ocasião eles conseguiram impedir que a PEC fosse para votação.
A Assembleia Legislativa deveria ter entrado de recesso na última quinta-feira (22), mas os deputados decidiram esperar um encontro entre o governador Wellington Dias e membros de várias categorias que queriam o fim da PEC. O encontro aconteceu na sexta-feira (23) e terminou sem um acordo e com o governador confirmando que não iria tirar a proposta de pauta. Se a proposta for aprovada, as categorias prometem deflagrar greve geral.
- Foto: Lucas Dias/GP1Segurança reforçada na Alepi
- Foto: Lucas Dias/GP1Polícia Militar
- Foto: Lucas Dias/GP1Policiamento no local
- Foto: Lucas Dias/GP1Segurança reforçada na Alepi
- Foto: Lucas Dias/GP1Polícia reforça a segurança na Assembleia
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