Andressa Martins
Nesta terça-feira (13) em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a presidente Dilma Rousseff fez as “pedaladas fiscais” para assegurar os pagamentos dos programas federais Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.
O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a rejeição das contas de 2014 do governo federal na semana passada. Um dos motivos para a rejeição foi, entre outros, ao atraso nos pagamentos dos benefícios a bancos públicos.
Esse atraso é uma manobra apelidada de “pedalada fiscal”, que acontece quando os bancos públicos usam recursos próprios para pagar programas federais, numa espécie de empréstimo.
Lula diz desconhecer o processo que rejeitou as contas da companheira presidente. “Agora, estou vendo a Dilma ser atacada pelas pedaladas. Não conheço o processo, não li. A Dilma, em algum momento, ela tenha deixado de repassar o dinheiro do Orçamento para a Caixa, não sei, por conta de algumas coisas que ela tinha de pagar e não tinha dinheiro. E quais eram as coisas que ela tinha de pagar? Ela fez as pedaladas para pagar o Bolsa Família. Ela fez as pedaladas para pagar o Minha Casa, Minha Vida”, disse o ex-presidente.
De acordo com o Ministério Público, as “pedaladas” não ficaram restritas ao ano de 2014. O procurador do MP, Júlio Marcelo de Oliveira, assinou uma representação junto ao TCU, que logo será analisada pelo tribunal.
A oposição e uma parte da base aliada insatisfeita defende publicamente o pedido de impeachment da presidente Dilma. Lula afirma que esse posicionamento não é democrático.
“Perdi três eleições nesse país. Voltava para casa e, como dizia o velho [Leonel] Brizola, ia lamber minhas feridas. Eles perderam a quarta e não se conformam. Eles deveriam sair do palanque e criar vergonha, porque eles não querem deixar a Dilma governar”, disse.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT) falou sobre um possível processo de impeachment de Dilma. “Não vamos recuar na democracia. Quem ganhou governa. É assim na democracia e quem perdeu tem de se preparar para a próxima eleição. Precisamos fazer acertos econômicos. Temos desafios, mas não vamos perder o rumo", declarou.
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