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Teresina - Piauí

Juiz nega liberdade a acusado de matar radiologista do HGV por dívida

A decisão foi dada pelo juiz Antônio Reis de Jesus de Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri, da Comarca de Teresina, no último dia 9 de novembro.

O juiz Antônio Reis de Jesus de Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri, da Comarca de Teresina, negou o pedido de liberdade de Antônio Paulo de Oliveira, acusado de assassinar o radiologista Kleiton Ângelo Guedes Assunção Martins no dia 11 de dezembro do ano passado, na Taboca do Pau Ferrado, zona sudeste de Teresina. A decisão foi dada dia 9 de dezembro.

Nos autos, o magistrado pontuou que mesmo o acusado possuindo condições favoráveis, como ser primário e ter residência fixa, os fatores não são suficientes para tirar a necessidade de sua prisão preventiva.


  • Foto: Reprodução/Facebook Kleiton ÂngeloKleiton Ângelo

“O fato de o acusado possuir condições favoráveis, tais como: ser tecnicamente primário e possuir residência fixa, não são suficientes para descaracterizar a necessidade da prisão, uma vez que devem ser analisadas as circunstâncias como um todo”, destacou o magistrado na decisão.

Ainda de acordo com o juiz, a prisão do réu será mantida, pois se verifica a gravidade do crime e que sua prisão não apresenta ilegalidade, mesmo ultrapassando 90 dias.

“Conforme foi devidamente enfrentado, observa-se que a gravidade em concreto do delito apurado nestes autos, e as circunstâncias do fato, denotam a periculosidade social do acusado, motivo suficiente para mantê-lo em cárcere, até que surjam novas situações fáticas e jurídicas que comprovem ser tal medida desnecessária. E não merece prosperar a alegação de ilegalidade da prisão, por haver ultrapassado mais de 90 (noventa) dias desde a sua decretação, sem nova decisão de manutenção da medida. Neste caso, a prisão preventiva do acusado foi cumprida em 09 de setembro de 2020. Passados 93 (noventa e três) dias, a prisão está sendo analisada nesta data, sendo mantida por restarem verificados os requisitos previstos no ordenamento processual penal”, finalizou.

Crime motivado por dívidas

O radiologista pode ter sido morto por dívida após contratar bandidos para executar uma pessoa. De acordo com a denúncia, no dia do crime, por volta das 21h40, a vítima teria pegado a importância de R$ 1.000 com primos, no estacionamento do supermercado Mix Matheus, tendo demonstrado nervosismo. Segundo consta, após esse momento, a vítima não teria comunicado para onde iria e não teria mais dado notícias ou atendido ligações telefônicas.

Ainda segundo o órgão ministerial, Kleiton teria sido atraído ao local do crime por Juniel [outro acusado] e Antônio Paulo, que teriam utilizado a aquisição de um colar de ouro como modo de levá-lo a um matagal, onde a vítima foi atingida por vários disparos de arma de fogo.

Narra-se na denúncia que o motivo do crime teria sido uma dívida de R$ 6 mil, em razão de a vítima, supostamente, ter contratado os autores para matar uma pessoa e, posteriormente, desistido e contratado outras pessoas para executar o feito.

Relembre o caso

Kleiton Ângelo Guedes Assunção Martins, de 26 anos, trabalhava como radiologista no Hospital Getúlio Vargas (HGV) e foi encontrado morto com nove disparos de arma de fogo, no povoado Taboca do Pau Ferrado, zona sudeste de Teresina, no dia 11 de dezembro de 2019.

De acordo com o capitão Araújo, do 8º Batalhão da Polícia Militar, populares ouviram disparos de arma de fogo por volta de 1h da madrugada e acionaram a PM, que ao chegar ao local já se deparou com a vítima sem vida. “A perícia constatou que ele foi atingido por disparos de pistola .40, sendo quatro na região peito e cinco nas costas, ao todo nove disparos”, pontuou.

Ainda segundo o capitão, o corpo de Kleiton Ângelo foi localizado em uma estrada vicinal próximo ao Assentamento Nossa Senhora do Desterro. Ele era filho do cinegrafista Kleiton Martins, da TV Clube.

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