Chegou à Justiça Federal no fim da tarde desta sexta, 2, ofício do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinando a remessa, no prazo de 48 horas, de cópia do inquérito policial com as mensagens hackeadas dos celulares do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, e de outras quase mil autoridades dos três Poderes.
Relator do inquérito das ‘fake news’, Alexandre determinou que a 10.ª Vara Federal de Brasília entregue a ele cópia dos autos e do material apreendido na Operação Spoofing, que mira o hackeamento.
Segundo Alexandre, ‘notícias veiculadas apontam indícios de investigação ilícita contra ministros da Corte’.
O juiz Ricardo Soares Leite, da 10.ª Federal de Brasília, determinou à Polícia Federal que atenda à solicitação do ministro do Supremo.
O inquérito que Alexandre quer conhecer em detalhes investiga ligação de quatro suspeitos no esquema de hackeamento. Todos foram presos pela Polícia Federal na terça, 23.
O principal investigado é Walter Delgatti Neto, o’Vermelho’, que confessou a invasão de celulares e que repassou o conteúdo ao site The Intercept.
Ele disse que chegou ao site via ex-deputada Manuela D’Ávila (PC do B), ex-vice da chapa do petista Fernando Haddad nas eleições presidenciais de 2018.
Na quinta, 1, o juiz Ricardo Leite converteu a prisão temporária do grupo em prisão preventiva – sem prazo para terminar.
Ricardo Leite viu ‘incongruências’ nos relatos dos investigados. Ele quer aprofundamento das investigações e saber se ‘Vermelho’ foi pago para fornecer o conteúdo das mensagens hackeadas.
Nesta sexta, 2, três dos quatro presos da Operação Spoofing foram transferidos da sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília.
Dois deles, Gustavo Henrique Santos, o ‘DJ Guga’ – com quem a PF apreendeu R$ 99 mil em dinheiro vivo -, e Danilo Cristiano Marques, foram levados para a Penitenciária da Papuda. Suélen Priscila Oliveira, companheira do ‘DJ Guga’, foi para a penitenciária feminina ‘Colméia’.
Apenas ‘Vermelho’ ficou na PF.
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