Hiasnaya Patrícia Nunes Carvalho, 32 anos, mãe da pequena Isabela e casada com Marcos Dias, se tornou um símbolo de coragem e superação. Hiasnaya foi baleada com um tiro na cabeça, durante um assalto, na tarde do dia 1º de novembro, enquanto trabalhava na Ferronorte, localizada no bairro Lourival Parente, zona sul de Teresina. Mas aquele momento e aquelas tristes e revoltantes lembranças não fazem mais tanto sentido, quanto o milagre recebido.
Hiasnaya Patrícia disse ao GP1, que hoje se considera uma mulher mais feliz e realizada, após ter sido agraciada por um milagre. A entrevista aconteceu no dia 26 de dezembro, data essa, que é comemorado o aniversário de Isabela.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Hiasnaya Patrícia
O dia
Marcos Dias estava trabalhando, quando recebeu a ligação que a esposa havia sido atingida com um tiro. Imediatamente Hiasnaya Patrícia foi conduzida para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde fez a primeira cirurgia com o doutor Arquimedes.
"Eu fui correndo para lá, para saber o que tinha acontecido. Disseram que tinha sido tiro de raspão. No meio do caminho, eu perguntei por ela e disseram que ela estava fazendo uma tomografia. Foi a hora que a ficha caiu. ‘Vishe, foi sério!’. Eu falei assim, mas ‘tava’ desesperado no carro", disse Marcos.
Ao chegar na unidade hospitalar, o esposo lembra: “eu olhei para o padre, que é primo dela, perguntei o que aconteceu e ele fez um olhar para mim. O mesmo olhar que a minha irmã fez quando meu pai faleceu. ‘Aí’ eu ‘pronto! Pode, pode falar, cara!’. As colegas dela [do trabalho] começaram a se levantar, me abraçaram e chorararam. Foi feito a cirurgia. Até então, eu ‘tava’ ainda anestesiado com a situação”.
Em menos de 24 horas no HUT, decidiram transferir a mãe da Isabela para um hospital particular. A decisão partiu de um empresário, que é o chefe dela na empresa onde trabalha.
"Quando ela foi transferida para outro hospital, ‘aí’ foi o choque. Eu vi ela com aquelas coisas em cima dela, inchada, entubada, então eu gritava desesperado, falava várias coisas porque eu estava revoltado, meu cunhado pegou em mim e disse ‘foca nela! Foca nela e deixa os caras para lá!’. Porque a gente é pai de família, ‘né’? Nossa, eu fiquei injuriado da vida, ‘aí’ de repente ele me orientou ‘foca nela!’. Daí para frente, eu comecei a focar. ‘Ela vai ficar boa. Ela vai ficar boa. Conheço ela. O jeito dela. Ela vai ficar boa’. E foi indo", acrescentou o esposo.
"Chegando lá, os doutores viram as condições que ela se encontrava e falaram ‘vamos rezar! Vamos rezar!’. ‘Aí’ foi aquele desespero. Dia primeiro foi desespero, dia dois foi desespero, então teve outra cirurgia. Na cirurgia foi feita uma outra limpeza, foi retirado mais fragmentos. Ainda tem fragmentos nela. O doutor falou assim ‘olha, eu tô muito satisfeito com a minha cirurgia’. Isso me deixou um pouco aliviado. Mas ele falou também: ‘Vamos rezar! Tempo ao tempo’".
Renascimento
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Hiasnaya Patrícia e Marcos Dias
Os amigos e familiares acompanharam a luta de Hiasnaya Patrícia. Movidos pela amizade e amor pela jovem senhora, muitas pessoas começaram a orar pela vida dela. Marcos Dias lembra que a história dela estava sendo repercutida na mídia.
"O pessoal foi se comovendo porque era uma mãe de família e do jeito que ela tomou aquele tiro, foi covardia. E foi indo. Os doutores não muito otimistas e sempre com palavras como ‘não sabemos o que vai acontecer. Vamos rezar!’. Eles vem de baixo para cima. Eles nunca vem de cima para baixo dando notícia porque a gente pode quebrar a cara. Eles vem negativamente. ‘Olha, o negócio tá sério. Tá grave. Não sei o que pode acontecer’. ‘Aí’ foi indo. Muitas orações. Eu quase não saia da UTI", disse Marcos.
No hospital, a esposa lutava para continuar vivendo, mas em casa a filha precisava do apoio do pai, pois a mãe estava ausente. “Eu tinha que fazer meu papel ali. Quando chegasse em casa, eu tinha que fingir que estava tudo bem. Eu estava sorrindo para minha filha e brincando de Dinossauro, de Pepa Pig, de Dora. Dessas coisinhas que ela gosta. Raciocina como é que tava minha situação! Um pai de família passando por isso. Ter a esposa entre a vida e a morte e a filha aqui ‘mamãe? Cadê a mamãe?’. Eu tinha que enganar ela e fingir que ‘tava’ tudo bem. Foi terrível. Foi muito ruim. Do dia 4 para o dia 5, se eu não me engano, tiraram a sedação dela. O médico disse para gente aguentar três dias”.
Hiasnaya Patrícia surpreendeu a todos. Em um período mais curto do que o esperado, ela já estava se mexendo. “No dia seguinte começou a querer abrir o olho, a mexer os dedos. O médico falou que eram três dias. No outro dia, ela já estava fazendo tudo isso. Foi progresso, orações. Eu ficava na frestinha da porta olhando ela de longe. Na hora que abria os olhos, eu já ‘tava’ olhando para ela. ‘Aí’ as enfermeiras: ‘você tá aqui todos os dias’. ‘Eu tenho que tá. Eu tenho que passar positividade para ela. Tenho que passar energia para ela. Ela tem que saber que tem alguém do lado dela’. Entrava na UTI, pegava na mão dela, mesmo ela estando em coma induzido. Ficava com ela, fazia orações, beijava ela, cheirava, dando força. Apertava as mãos dela. Eu queria passar energia para ela”.
"Quando ela acordou na UTI e tava já vendo as coisas, vendo a gente, eu vi a primeira lágrima dela. Quando ela viu que tava naquela situação, encamada, cheia de mangueira do lado dela, furos, eu disse: ‘fica calma! Tá tudo bem! Você vai ficar boa. Tá todo mundo aqui do seu lado. A Isabela tá bem, sendo bem tratada, sendo bem alimentada. Já comprei isso, já comprei aquilo para ela. Não se preocupe com as contas porque eu já paguei as contas. Porque ela é muito responsável. Muito mesmo. É incrível a mente dela. O ‘QI’ dela é demais. Eu tentei acalmar ela", se emocionou.
"O tempo foi passando e ela foi melhorando, foi se movendo, foi se mexendo. Começou a sorrir. E foi indo. Os enfermeiros dando apoio, explicando. ‘Olha, Marcos, tá gravíssimo, mas tá estável... tá gravíssimo, mas tá estável... tá grave, mas tá estável... tá grave, mas tá estável. Tá estável, tá estável, tá estável. Foi melhorando cada dia que foi passando e eu acompanhado cada passo. Desde esse dia para cá, minha rotina de vida mudou. Eu trabalho três dias e folgo três. É o que tá acontecendo... fisioterapia, fonoaudiologia. O pessoal ‘tá’ dando apoio, força para ela. O que está ajudando a recuperação é a disciplina dela, a força de vontade, a garra que ela tem. É incrível, incrível, incrível! Teve pessoas que quando viram ela dando os primeiros passos, viu ela arrastando os pés, disseram ‘ih, vai ficar desse jeito pro resto da vida!’. Eu olhava e por dentro ‘tá repreendido em nome de Jesus!’. Por dentro falava isso para mim. E hoje o pezinho dela que ‘tava’ arrastando, está normal. O braço direito que ela não levantava, já 'tá' levantando. Os dedinhos da mão que ela não mexia direito, já 'tá' mexendo", comemorou.
Mais uma superação
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Marcos Dias e Hiasnaya Patrícia
Já em casa, o marido estava fazendo um curativo na esposa, obedecendo os procedimentos que a enfermeira ensinou, quando de repente a filha e a priminha começam a discutir. Atitude normal entre crianças.
"As duas priminhas ‘tavam’ brigando. Ela com pena de uma, falou: ‘ô meu Deus!’. Eu: ‘você falou’. Chega ela se espantou. Depois sorriu. A gente chorou, se abraçou. ‘Você tá falando. Você conseguiu falar uma frase. Ô meu Deus!’. ‘Aí’ de lá para cá, vamos trabalhando! ‘Fala A! Fala sol!’. Tipo usando palavras que têm muitas vogais. Ela tá no ‘ei’, ‘ô’. Um dia ela falou ‘oi’. Outro dia ela falou ‘A’. A gente ‘tá’ incentivando para ela falar o ‘A’".
"Eu acho que a mente dela ‘tá’ um tsunami de sentimentos. Você imagina a pessoa que ‘tá’ 100% lúcida, consciência 100%, depois que tomou um tiro na cabeça, sofreu um trauma desse, entende tudo que ‘tá’ acontecendo ao seu redor. Lembra das pessoas, lembra do dia do assalto. No dia que ela lembrou, foi um choque para gente. Quando eu me toquei que ela lembrou, eu olhei para meu cunhado. ‘Cara, ela tá lembrando’. Como é que eu ia lidar com essa situação? Se eu omitia, se eu mentia, mas não. Ela chorou. Eu chorei. Deixei ela chorar. Ela ficava batendo na cabeça, apontando o jeito da arma e batendo na porta porque as testemunhas que estavam lá disseram que a arma estava na cabeça dela, ela ‘tava’ no chão e ela batia desesperada na porta, para o cara que ‘tava’ lá dentro (o segurança) pudesse abrir. O cara se protegeu. É tenso. As pessoas comentavam isso comigo, eu me levantava e saía. Se eu ficasse escutando essa história, eu me irava. E era isso que eu ficava pedindo a Deus. ‘Me tira! Me tira essa revolta! Me tira essa ira porque eu não quero ser igual a eles [bandidos]! Me tira! Me tira!’".
A filha Isabela
Isabela procurava constantemente a mãe. Passados dez dias, o pai lembra que falou para a filha: ‘‘’olha, mamãe caiu, mamãe tá dodói. Cortou o cabelo, mas ela tá bem’. ‘Aí’ quando ela via cabelo no chão, ela falava: ‘é da mamãe?’. ‘É da mamãe. Mamãe tá dodói’. Então quando ela chegou em casa, meu cunhado fez um vídeo, colocou no grupo. Do grupo, espalhou”.
Isabela ainda tem um certo receio de chegar perto da mãe por causa de um curativo no pescoço. O pai diz que elas se beijam, se cheiram, fazem carinho uma na outra, “mas aquele curativo, deixa ela meio ressentida. Ela vê a cabeça da mãe dela raspada e diz: ‘papai, pega um gelo! Um gelo’. Quando a criança ‘tá’ machucadinha, a gente coloca gelo na criança. Mas a ligação das duas ‘tá’ muito boa. Eu pensava que não ia acontecer isso. Que a mãe não ia lembrar da filha, que a filha não ia chegar próximo da mãe por causa da situação que ela ‘tava’. Aquela cicatriz na cabeça, o curativo no pescoço, mas não... a ligação das duas ‘tá’ excelente. Muito beijo, muito cheiro. ‘Tá’ excelente!”.
Os milagres são diários
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Hiasnaya Patrícia acompanhada do marido e da filha
Hiasnaya Patrícia já faz o café da manhã, coloca pão na chapa e faz misto. Faz compras. O marido diz que acha isso ‘o maior barato!’
"Colocamos ela na cadeira de rodas. Ela ficou sem receio, sem vergonha nenhuma. Tem gente que ‘tá’ numa situação dessa e fica deprimida. ‘A minha vida acabou. Tô ferrado. Acabou!’. Mas não. Ela é diferente. Eu falei: ‘Hiasnaya, a nossa filha é o seu remédio. Foca nela! Foca nela! Você vai melhorar por causa dela’. E é o que tá acontecendo. ‘Fique boa, para você levar logo sua filha para escola!’. Ela dirige e vai voltar a dirigir de novo. ‘Vamos lá! Vamos lá! Vamos lá!’. Problemas todos nós temos. Sempre vamos ter, mas esses problemas da vida, normais, do dia a dia, não vão mais me abalar. Estou fora! Eu resolvo em questão de minutos porque hoje o foco é minha esposa".
A esposa de Marcos Dias, mãe da Isabela entende tudo. Procura pelo extrato bancário e questiona o marido por gastos elevados.
"Ela: ‘óh...’. E mostra um papel. Eu tenho que ficar quebrando a mente. Eu: ‘extrato?’. Ela: ‘é’. Tiro o extrato da conta dela e ela fica assim olhando. Vêm uns valores a mais e eu explico: ‘isso ai foi uma compras que eu fiz, para comprar isso, isso e aquilo... é, foi caro’. ‘Aí’ ela olha tudo de novo", contou.
Para isso, o esposo diz que faz testes com a esposa. Joga “jogo da velha”, “jogo de dama”. Tudo isso para estimular o raciocínio de Hiasnaya Patrícia.
"Hoje ela foi no mercado, passou um cliente dela, mas não viu ela, então ela falou: ‘ei, ei!’. ‘Aí’ ele olhou para ela. ‘Patrícia, eu não acredito’. ‘Aí’ pronto. ‘Aí’ foi choro dele e dela. Outras pessoas pararam para olhar, viram ela, conversaram com ela. Ela sorrindo, com aquele sorriso cheio de aparelhos. Sorriso com grade que eu digo que é o sorriso dela. Então ‘tá’ sendo muito gratificante, muito prazeroso eu conviver com a minha esposa e ela ‘tá’ se recuperando desse jeito. Vida normal em todos os sentidos que vocês estão pensando. Vida normal. Normal", comemorou.
"Uma vez, um conhecido dela me perguntou, na frente dela: ‘Ela sabe quem eu sou?’. Eu olhei para ela. ‘Aí’ eu falei: ‘pergunte!’. Ele: ‘Patrícia, você sabe quem eu sou?’. Claro que ela sabe! Ela levou foi um tiro na cabeça. A cabeça dela nao foi arrancada não. E de fato ela sabia mesmo" – conta de forma alegre Marcos Dias. Hiasnaya Patrícia também ri ao lembrar da desconfiança desse conhecido.
Estado de saúde
Atualmente, o cérebro da Hiasnaya Patrícia está funcionando bem, de acordo com o Dr. Emídio. A recuperação dela é motivo de surpresa para os profissionais de saúde que a acompanham.
Marcos Dias diz que recentemente um dos médicos falou que ainda não sabe dar um diagnóstico preciso do que aconteceu e nem prevê o que acontecerá. “Ele disse: ‘eu não sei porque uma pessoa que não ‘tá’ nem com dois meses que pegou um tiro na cabeça, já ‘tá’ andando e entende tudo. Eu não sei, eu não sei o que vai acontecer’. Ele não sabe, ele não sabe dizer nada. Meu cunhado tem uns equipamentos de academia. Ela mesma toma a iniciativa, bota o shortinho dela coladinho, bota as perninhas e começa a malhar as pernas, o peito. Um dos braços não mexe muito bem, mas ela puxa, puxa o outro. Vai fazendo o esforço dela”, contou.
Confiança em novos milagres
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Marcos Dias feliz com a recuperação da esposa Hiasnaya Patrícia
Toda família, amigos e piauienses que acreditam em milagres, creem que Hiasnaya Patrícia vai se recuperar completamente. “Como eu falei para vocês, têm pessoas inconvenientes que falam: ‘ela vai ficar com esse negócio bem aí. Com esse jeitinho dela aí’. Eu olho para as pessoas e dá vontade de ser inconveniente com ela também, só quem sabe é Ele [Deus] lá de cima. Nem os médicos sabem. Ela é nova, tem pouca idade. Não é sedentária, sempre praticou academia, tem a musculatura boa. Isso ‘tá’ facilitando. Tem a mente sempre ativa. Trabalhando sempre, vendedora, ligada. Vendedora de ferro, decoradora de festa nas horas vagas. Mente sempre ativa. Cem por cento!”, relatou Marcos Dias.
Duas datas de aniversário são privilégios para poucas pessoas. Quem ama Hiasnaya Patrícia se alegra em comemorar o milagre do nascimento e o prodígio do renascimento. Presenciando de perto essa dádiva de Deus na vida da esposa amada, Marcos Dias conta entusiasmado e grato os principais aprendizados dessa vivência.
"Eu aprendi a amar mais o próximo da forma que eu já amava. Eu já tenho isso da minha natureza, da minha criação. A conversar melhor com as pessoas, a dar atenção melhor para as pessoas. Sem preconceito. Tem gente que quer ter amigos que tenham condições [financeiras], mas não é assim. Eu dou mais valor ainda a um simples aperto de mão, a tocar no ombro. Às vezes a pessoa quer falar com você... por que você não pára aquele tempo ali? Que tempo é esse que ‘tá’ corrido e que você não pode falar com uma pessoa? Eu ‘tou’ valorizando pessoas, valorizando famílias.
Sonho? “Terminar nossa casa. Terminar nossa casa. Nós estamos aqui na casa da minha cunhada. Aqui é bem confortável. No natal ela foi lá. Na hora que ela viu, ela chorou. O sonho da gente é terminar nossa casa. Nosso sonho teve uma pausa. Uma pausa. Não foi interrompido. Eu tranquei minha faculdade, ela trancou a dela. Paramos a reforma, agora que a maré ‘tá’ baixando, a água ‘tá’ retrocedendo, eu já estou me programando para voltar a estudar em 2017 de novo. Ela ainda não, mas fé em Deus vai dar certo, quando ela tiver melhor. O sonho é a casa. Tudo que ela quer na vida dela é a casinha dela”.
Hiasnaya Patrícia Nunes Carvalho
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Hiasnaya Patrícia feliz ao lado do esposo Marcos Dias
Por meio de gestos, pequenas expressões vocais e a ajuda do marido, Hiasnaya Patrícia, contou ao GP1 os milagres de 2016 e a esperança para 2017.
GP1: A glória disso tudo é de Deus?
Hiasnaya: É!
"Ela passou quatro dias dormindo na UTI. Quando acabou esses quatro dias, ela começou a esboçar movimentos. Sempre fomos muito apegados a Deus. Eu andava assim meio abalado, ‘aí’ depois que eu me juntei com ela, pronto... eu me alinhei na vida, e por trás de um grande homem, tem uma gigante mulher cuidando ele. Quando ela brilha, eu me bronzeio" – sorri Marcos Dias ao destacar como a esposa é importante para ele.
GP1: Ele é assim apaixonado mesmo?
Hiasnaya: É - risos!
Marcos Dias: As pessoas da empresa que ela trabalha, vieram aqui, se reuniram, trouxeram alimentação todinha, as panelas e tudo, e fizeram uma confraternização. Quando chegaram aqui, que viram ela maquiada pela primeira pós o trauma, ficaram assim: ‘meu Deus do céu!’. Ficaram surpresos. Ela tinha se maquiado, feito as coisinhas dela – lembra o esposo.
GP1: Teu sonho, Hiasnaya?
Marcos Dias: Eu disse para ela que você quer a nossa casa.
Hiasnaya: É.
GP1: Uma palavra resume isso que você viveu e ainda está vivendo? Qual palavra seria?
Marcos Dias: Fé, ‘né’, amor? Fala ‘Fé! Féééééééé!
Hiasnaya: É.
Marcos Dias: Você quer esquecer o que passou. Vida nova!
Marcos Dias: Ela fez a simulação até de quando ela caiu. Você lembra de tudo, ‘né’, amor? Esse lembrar dela foi triste para gente. Mas dessa tristeza, a gente tirou uma parte positiva, pois ela ‘tava’ lembrando. Ela contou a história por meio de gestos. Colocou a arma na cabeça, você bateu na porta, para abrir. Você caiu.
- Mas tá bonita! – elogia a esposa, após se arrumar para a festa de três anos de Isabela.
- Ela está feliz por ‘tá’ comemorando mais um aniversário da nossa filha. Você ‘tava’ arrumando a festa. Só vem a família para cá. A nossa família vai ‘tá’ reunida.
- Ela se abre. ‘Tem que treinar mais! Tem que treinar mais! Você vai treinar’. Na segunda semana de janeiro, ela tem a fonoaudiologia. Até lá, nós que vamos ser o fisioterapeuta e o fonoaudiologo dela. Tem uma listinha para trabalhar a dicção. Fala ‘Pepa Pig. Peeeeeeeeeeepa Pig! Fala! Vai!
Hiasnaya Patrícia: Ô!
Marcos Dias: Vai! ‘Tá’ com vergonha? Vai! Peeeeeeeeeeepa Pig!
Hiasnaya Patrícia: É! Ô!
Marcos Dias: Peeeeeeeeeeepa Pig!
Hiasnaya Patrícia: Ô – sorri.
Por meio dos dedos, Hiasnaya Patrícia faz o sinal do número três. O marido entendeu e a esposa confirmou.
- Em três meses ela quer ‘tá’ falando. É isso que ‘tá’ ajudando, essa disciplina dela. A força de vontade, determinação. É isso que ‘tá’ me passando também no meu trabalho, na minha vida do dia a dia. É isso! É isso! Eu já era meio pertubado, agora tô mais assim... mais feliz ainda – ri Marcos Dias e Hiasnaya Patrícia.
- Fé! Fé! Fé, ‘né’, amor? Já estamos brigando, né? A mulher quando briga é porque já ‘tá’ bem – mais risos - mas é coisa de casal que a gente resolve em questão de minutos. Resolvemos aqui... pronto! Acabou! Vamos dormir bem.
Conselho
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Hiasnaya Patrícia e a filha Isabela
"Não sei quem é casado, mas, gente, descutiu? Resolve naquela hora. Não vá dormir de cara emburrada com a pessoa! Você não sabe o dia de amanhã. Comprou uma roupa nova? ‘Ah, eu vou usar só...’ usa aquela roupa naquele dia que você tiver com vontade de usar. Não fica guardando para ir em tal lugar não. Tem que ser assim. A vida da gente é muito rápida. Passa voando. Eu ‘tou’ programando uma viagem com ela para São Paulo e vou correr a São Silvestre no ano que vem [2017]. São duas coisas que vou fazer em 2017. E a Patrícia com três meses vai falar. É a meta dela, com fé em Deus! Vai falar: ‘vai Corinthians, né?’. Ela é Sãopaulina" – disse Marcos sorrindo.
Novas conquistas
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Hiasnaya Patrícia
Assim como prometido para a família, o GP1 retornará a entrevistar Hiasnaya Patrícia. Se der tudo certo, a data já está até prevista. Após o mês de março, quando movida pela fé em Deus e a força de vontade, a jovem senhora, guerreira, batalhadora e abençoada estará novamente falando tudo que quiser.
Até lá, toda a equipe do portal GP1 deseja um 2017 marcado por superações e realizações de sonhos tanto para a Hiasnaya Patrícia, como para toda família, e também para todos os leitores desse veículo de comunicação. Muita saúde e novos milagres na vida de todos nós!
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