O operador financeiro, Lúcio Funaro, detalhou em depoimento de delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR), o esquema de corrupção que teria sido montado na Caixa Econômica Federal para gerar propina a políticos do PMDB.
De acordo com informações do G1, Funaro afirmou que empresas pagavam propina em troca de facilidades na liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa. A declaração está em um dos vídeos dos depoimentos da delação premiada de Funaro, que se tornaram públicos nesta semana depois de aparecerem no site oficial da Câmara dos Deputados.
- Foto: Estadão ConteúdoMoreira Franco e Eduardo Cunha
Segundo Funaro, apontado como o operador de propina do PMDB, diversas operações envolvendo o FI-FGTS renderam vantagens indevidas a ele e a políticos peemedebistas. Em um dos trechos, ele explica que tanto Moreira Franco quanto Eduardo Cunha foram beneficiados com propina para que eles facilitassem a liberação de recursos do FGTS na empresa do Grupo Bertin.
"Foi uma operação para financiar uma empresa que se chama Nova Cibe, de energia, do Grupo Bertin, num valor aproximado de R$ 300 milhões [...] e que gerou propina pra gente na ordem de 4% [do valor total, o que dá R$ 12 milhões]", afirmou Funaro.
Questionado sobre como foi feita a divisão dos R$ 12 milhões de propina, o doleiro respondeu: “65% Moreira Franco, 25% Eduardo Cunha, 15% para mim”. Ao detalhar o pagamento das vantagens indevidas, Lúcio Funaro disse que o repasse foi feito em “dinheiro vivo”.
Em relação a entrega do dinheiro a Moreira Franco, Funaro declarou que os pagamentos seguiam um “fluxo de caixa”. “Ele me solicitava, eu passava conforme meu fluxo de caixa. Tenho R$ 1 milhão no Rio, vou mandar te entregar, tenho R$ 1 milhão em São Paulo, manda o Altair vir buscar. Toda semana tinha um fluxo de caixa”, disse.
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