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Saúde

Em áudio, médico Fábio Jatene alerta sobre avanço do coronavírus

Viralizou nas redes sociais, mais rápido que o coronavírus, áudio gravado por Fábio Jatene, professor titular de cirurgia torácica da USP, do HC e do Incor.
Por Estadão Conteúdo

Viralizou nas redes sociais, mais rápido que o coronavírus, áudio gravado por Fábio Jatene, professor titular de cirurgia torácica da USP, do HC e do Incor, em que relata uma reunião científica que ocorreu no Incor para tratar da pandemia.

Participaram, segundo o áudio, os médicos David Uip, Ésper Kallas e Marcelo Amato. Chamou atenção a fala de Amato sobre as UTIs no mundo. Ele é um intensivista famoso na comunidade médica mundial, de acordo com Jatene.


Ouça o áudio:

Marcelo Amato teria feito um relato sobre o “caos” na Itália, com UTIs lotadas e com doentes em centros cirúrgicos. Destacou que o ideal é entubar o doente o mais cedo possível – após observação do caso da China, onde a contaminação foi rápida e massiva.

“Os médicos lá botavam aquele escafandro pra tratar dos doentes, mas pra não ter que tirar o escafandro eles usavam fraldas e faziam as necessidades na fralda. Diz que o problema é quando eles iam trocar de roupa e se contaminavam, né?”, relata Jatene, no áudio, complementando: Marcelo Amato falou que a média na China e na Itália tá sendo de 3 semanas de tubo, de ventilação mecânica pra recuperação dos doentes”.

Ainda nessa reunião no Incor, David Uip teria dito que não vai sair do Brasil, porque não adianta. Ninguém sabe qual país está a salvo. O ex-secretário de Saúde de SP teria previsto que em quatro meses “se resolve tudo”. Mas antes disso, os casos “vão explodir no Brasil”. “Porque já passou a ter a transmissão como eles chamam de ‘comunitária’, não é quem foi viajar, agora com quem não foi viajar, já está passando para o outro que não foi viajar”. E teria mostrado preocupação com o número de leitos de UTI, que seria insuficiente.

Os médicos, nessa reunião, teriam afirmado – de acordo com o áudio – que as pessoas muito idosas não devem se expor “de jeito nenhum”. “Então, essa é uma doença que mata velho, não mata jovem”. Nesse encontro, foram mostradas imagens de tomografias dos casos da China e do Brasil. E ficaram impressionados como são casos parecidos.

Já Ésper teria avaliado, conforme conta no áudio, que “no ano que vem já virou um vírus normal, pequeno, porque quem tinha que contaminar já contaminou, quem tem resistência já adquiriu resistência, os jovens não vão demonstrar a doença”. Também se falou que ainda não há evidência científica de como o coronavírus se comportaria em um clima quente.

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