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Economia e Negócios

Crise e Lava Jato pioram qualidade de crédito no Brasil

Situação financeira, crise política e Operação Lava Jato continuarão afetando a qualidade de crédito do país.

Imagem: DivulgaçãoAgência MoodyAgência Moody"s

De acordo com o relatório da Moody’s, agência de classificação de risco, a instabilidade política, a deterioração do quadro fiscal e os desdobramentos da Operação Lava Jato vão continuar afetando a qualidade de crédito de emissores do setor público e privado do país em 2016.

A Moody’s projetou uma retração de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e 1% em 2016 por conta da perda nos níveis de emprego, massa salarial e consumo. De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a previsão do mercado é queda de 2,85% em 2015 e 1% no próximo ano.

“Não vemos como a posição fiscal do Brasil pode melhorar no curto prazo devido à falta de consenso político, que tem impedido a administração atual de gerar superávits primários suficientemente grandes para conter o avanço do nível de endividamento”, afirmou Mauro Leos, vice-presidente e analista sênior da Moody’s.

“Não acreditamos que o Brasil possa alcançar crescimento real de 2% e superávits primários de pelo menos 2% do PIB até 2017-2018, o que é necessário para estabilizar a relação dívida/PIB”, concluiu.

De acordo com o relatório, o resultado é que o perfil de crédito de emissores da maioria dos setores no país será pressionado pela demanda mais fraca, aumento nos custos de empréstimos, elevação da inadimplência e investimentos menores.

O analista da Moody’s afirmou também que caso o governo não consiga reequilibrar as contas ou a instabilidade política piorar, o país pode ser rebaixado pela agência.

Petrobras


De acordo com a Moody’s, o desempenho da Petrobras, da Vale e de outros produtores de commodities serão prejudicados com os preços fracos do petróleo, metais e produtos agrícolas.

Além disso, segundo a agência, a recessão brasileira e o baixo nível de confiança dos consumidores devem pressionar a demanda nos setores de telecomunicações, construção e de empresas aéreas, mas a fraqueza da moeda brasileira deverá beneficiar exportadores de proteína e de produtos florestais.

"E mesmo companhias de infraestrutura não associadas à Petrobras enfrentarão custos mais elevados de financiamento, uma vez que a alta dos juros nos mercados global e doméstico, aliada à preocupação dos investidores com a posição fiscal do país, limita o acesso aos mercados internacionais", diz a agência.

A Moody’s avalia também oque diante da alta nas taxas de inadimplência e da rentabilidade pressionada, os riscos também estão aumentando para os bancos.

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