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Correios entram em greve por tempo indeterminado em todo o país

Os grevistas são contra a privatização da estatal e alegam estar enfrentando negligência com a saúde dos trabalhadores durante a pandemia.

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios (FENTECT) divulgou uma nota nessa segunda-feira (17) informando que funcionários dos Correios entraram em greve desde às 22h de ontem em todo o país.

De acordo com a entidade, não há um prazo para o fim da paralisação. Os grevistas são contra a privatização da estatal e alegam estar enfrentando negligência com a saúde dos trabalhadores durante a pandemia.


A federação afirma ainda que desde julho tenta dialogar com a direção dos Correios sobre esses impasses, mas segundo eles não houve uma negociação que garantisse os direitos trabalhistas. De acordo com eles, em agosto foi feita uma revogação do atual acordo coletivo sem que fossem consultados.

A entidade alegou ainda que vários direitos foram retirados da categoria, tais como: plano de saúde, auxílio de dependentes com deficiência, licença maternidade de 180 dias, vale alimentação, indenização por morte, pagamento de 15% aos sábados, garantia de pagamento durante afastamento pelo INSS, houve ainda alteração da data do dia do pagamento sem qualquer consulta.

Confira a nota:

"Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados.

Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que a possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.

No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.

A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período - dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.

Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos."

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