- Foto: Facebook/Bruna SouzaBruna Souza
O corpo da piauiense Bruna Souza Torres, de 19 anos de idade, foi encontrado na última segunda-feira (5) no bairro Distrito Industrial, na zona Oeste de Petrolina-PE. Ela desapareceu e foi encontrada morta, junto com uma amiga da mesma idade, identificada por Taiane de Souza. Nesta quarta-feira (7), a família recebeu o corpo da moça, na cidade de São Francisco de Assis, no Sul do Estado, cidade onde nasceu e foi sepultada.
O desaparecimento
Segundo o G1, as duas moças saíram para trabalhar, por volta das 6h30 de segunda-feira (5), mas não chegaram na empresa onde trabalhavam como jovens aprendizes. O fato ocasionou uma denúncia na Polícia Militar da cidade, por volta das 10 horas. Ainda na mesma manhã daquele dia, parentes e amigos das duas moças usaram as redes sociais para divulgar fotografias, onde pediam a colaboração de quem tivesse alguma informação sobre o paradeiro delas.
Após essas buscas, os corpos foram achados pelo tio das meninas, identificado por Josivan Feitosa Torres, em um matagal, no bairro Distrito Industrial, próximo a uma pista de motocross. As duas jovens estavam nuas, com as mãos amarradas com as próprias roupas, e apresentavam perfurações de arma branca no pescoço. De acordo com familiares, elas sempre passavam por aquele local quando percorriam o caminho do trabalho.
A Perícia Criminal indicou que Taiane foi morta com uma perfuração e Bruna com três, todas no pescoço. A suspeita inicial da Polícia Civil é que elas foram violentadas sexualmente e depois assassinadas, porém após dois dias de investigação, essa hipótese foi descartada.
Josivan Feitosa Torres, o tio de uma das moças que encontrou os corpos, disse que ajudou nas buscas após o irmão pedir ajuda para procurar a sobrinha. “Por volta de 8h30, ele me ligou, pedindo pelo amor de Deus, dizendo que a filha dele tinha sumido, não sabia o que tinha acontecido porque não tinha chegado ao trabalho. Fui até a delegacia, onde se encontrava a irmã da outra menina, fazendo o Boletim de Ocorrência (B.O.). Depois, me desloquei até o local, aqui no distrito, onde elas costumavam fazer o percurso, tentando encontrar algum vestígio, na esperança de achá-las vivas", contou.
- Foto: Aracelly RomãoCorpos foram achados pelo tio de uma das vítimas
No matagal onde os corpos foram encontrados haviam algumas marcas de pneu de carroça e de pegadas. Os corpos foram encontrados após trinta minutos de buscas. “De longe, logo reconheci minha sobrinha e minha ação foi ligar para a polícia, para a família e para os parentes, para avisar o que tinha acontecido com elas", afirmou.
No local do crime a polícia encontrou uma peça de roupa íntima de homem, que foi enviada para análise. Os celulares das vítimas foram furtados e a faca utilizada para matar as jovens não foi encontrada. O delegado seccional de Petrolina, Marceone Ferreira, confirmou que os suspeitos possivelmente conheciam a rotina das vítimas. Pela forma como as jovens foram encontradas, a polícia acredita que o crime tenha envolvimento de mais de um suspeito.
“A ideia inicial que a equipe de investigação está tendo é de que mais de uma pessoa tenha participado. O local onde as vítimas foram encontradas, a forma como foram achadas, a possibilidade de ter sido uma única pessoa é muito pequena. A gente já trabalha com a possibilidade de envolvimento de mais de uma pessoa”, declarou o delegado.
Velório no Pernambuco
Os corpos das vítimas ficaram no Instituto de Medicina Legal (IML) até o início da tarde desta terça-feira (6) e só foram liberados após a conclusão da coleta de material para exames no laboratório de Recife, capital pernambucana. Familiares e amigos prestaram as últimas homenagens a Taiane e a Bruna em Petrolina-PE.
Os velórios foram realizados nos bairros Jardim Amazonas e Pedro Raimundo, onde moravam as garotas. No Jardim Amazonas, dezenas de pessoas foram confortar a família de Taiane de Souza. As amigas estavam revoltadas com a morte da estudante. O sepultamento da amiga da piauiense deve ser realizado ainda nesta quarta-feira (7), em Ouricuri do Ouro, distrito do município de Brotas de Macaúbas, na Bahia
No bairro vizinho, o Pedro Raimundo, aconteceu o velório da piauiense Bruna Souza Torres. Uma fila foi formada para se despedir da menina, conhecida pelo jeito meigo e reservado.
Investigação
A Polícia Civil (PC) e o Instituto de Criminalística (IC) realizaram nesta terça-feira (6), uma perícia no local onde as duas jovens foram encontradas mortas. No mesmo dia, o local onde foram encontrados os corpos de Taiane Rocha e Bruna Torres de 19 anos, assassinadas na segunda (5) foi incendiado. A informação foi confirmada, nesta quarta-feira (7), pelo delegado Marceone Ferreira. O local foi periciado no dia do crime, mas peritos disseram que uma nova varredura seria feita na área.
Segundo o delegado, o fogo foi provocado por populares. Ele descartou a hipótese de que o incêndio tenha sido provocado pelos possíveis suspeitos das mortes. “A população estava toda lá na hora do incêndio. Eles fizeram isso devido ao abandono da área. A vegetação estava alta e por isso colocaram fogo. Não tem relação com o autor do crime”, descartou.
O delegado disse também que o local já tinha sido liberado pelo Instituto de Criminalística (IC), mas, que novas perícias ainda poderiam ser feitas. “O IC já tinha liberado o local. Inicialmente eles fizeram a perícia que tinham que fazer. Mas, as vezes, eles precisam voltar para fazer um 'pente fino', uma análise mais minuciosa, ampliando a área periciada. Porém, o primordial foi feito na hora, onde foram colhidos os vestígios”, complementou.
- Foto: G1Exames foram realizados pelo médico legista Àlvaro Miranda e pelo perito Ivan Câmara
Ainda de acordo com o delegado, hoje (7), a principal linha de investigação é latrocínio, roubo seguido de morte. “Estamos evoluindo. A equipe está na rua e, a princípio, o estupro foi totalmente descartado. As perícias foram realizadas e deram como negativas para estupro. Estamos trabalhando na linha de latrocínio. Elas foram encontradas nuas porque as roupas que vestiam foram tiradas e cortadas para amarrar as vítimas”, finalizou Marceone Ferreira.
De acordo com o perito criminal e gestor do Instituto de Criminalística, Ivan Câmara, mesmo após o incêndio, a área foi novamente periciada. Ele concluiu ainda que o fato não deve atrapalhar as investigações. “A varredura era para ver se encontrávamos a arma do crime porque no dia do homicídio não achamos. Os vestígios, coisas associadas ao fato, todo o material biológico, foi feito no dia. Mas, como não achamos a arma, possivelmente uma faca do tipo peixeira, voltamos lá para aumentar a área, até porque é um local ermo, de difícil acesso, mas não achamos”, afirmou.
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