A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta terça-feira, 6, que o faturamento de agosto do setor ultrapassou o patamar verificado no início do ano, antes do início da pandemia da covid-19.
Segundo o relatório "Indicadores Industriais", publicado pela entidade, a utilização da capacidade instalada, que aponta quanto do parque industrial vem sendo utilizado, “está praticamente de volta ao período anterior à crise”.
De acordo com a entidade, o faturamento real da indústria aumentou 2,3% em agosto na comparação com julho e 3,6% em relação ao mesmo mês de 2019. No acumulado do ano, no entanto, o faturamento ainda acumula queda de 3,9%, em relação ao período de janeiro a agosto de 2019.
Segundo a CNI, o emprego industrial registrou em agosto a primeira alta neste ano e cresceu 1,9% em relação ao indicador de julho. Com relação a agosto de 2019, houve queda de 2,9%. “Com esse desempenho, o nível de emprego já se encontra próximo do que vigorava pré-crise, após ajuste sazonal”, informou a entidade.
Segundo a pesquisa da CNI, a utilização da capacidade instalada ficou em 78,1%. Após ajustes sazonais, o índice ficou apenas 0,8 ponto porcentual abaixo do registrado em fevereiro deste ano, antes da pandemia.
As horas trabalhadas nas fábricas aumentaram 2,9% em relação a julho, mas continuaram 3,3% abaixo do nível do mesmo mês de 2019. As horas trabalhadas na indústria acumulam alta de 25,1% desde maio, mas também não retornaram ao patamar pré-pandemia.
Apesar do crescimento de 4,5% em agosto ante julho, a massa salarial real na indústria está 5,0% abaixo do nível de agosto de 2019. Da mesma forma, o rendimento médio do trabalhador do setor cresceu 2,8% na comparação mensal, mas ainda apresentou recuo de 2,2% na comparação anual.
Mesmo com o bom desempenho dos indicadores industriais em agosto, o resultado acumulado nos oito primeiros meses de 2020 mostra o tamanho da crise que a pandemia causou no setor. Na comparação com o mesmo período do ano passado, há quedas em faturamento (-3,9%), emprego (-2,7%), horas trabalhadas (-8,2%), massa salarial (-6,1%) e rendimento médio (-3,6%).
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