O corregedor da Câmara, deputado Paulo Bengston (PTB-AM), entregou na tarde desta quarta-feira, 9, à deputada Flordelis (PSD-RJ) notificação sobre processo disciplinar que pode levar à cassação do mandato da parlamentar, acusada de matar o marido. Agora, ela tem cinco dias para apresentar sua defesa.
Bengston foi até o apartamento funcional da parlamentar em Brasília para fazer a entrega. "Como ela já estava em casa, ouvimos ela informalmente", disse Bengston ao Estadão/Broadcast.
O corregedor ficou mais de uma hora na residência da parlamentar. Ela estava acompanhada de um advogado e de uma assessora. Flordelis era aguardada nesta manhã na Câmara, mas não compareceu. Com isso, Bengtson decidiu ir ao encontro da deputada em sua casa.
Após Flordelis apresentar sua defesa, por escrito, o corregedor tem até 45 dias para dar o seu parecer sobre o caso. Só então a Mesa Diretora vai decidir se envia o processo ao Conselho de Ética da Câmara, colegiado responsável por analisar a conduta dos parlamentares e recomendar a cassação. Cabe ao plenário, no entanto, decidir se a acusação de assassinato é ou não motivo para perda do mandato de deputada.
"A gente já tem o processo adiantado aqui na corregedoria. Fizemos aqui uma força-tarefa, já está bem adiantado. Então, creio que em 10, 15 dias, no mais tardar, já temos o parecer pronto", disse Bengtson.
Em entrevista ao Estadão na semana passada, o presidente do Conselho de Ética, Juscelino Filho (DEM-MA), também disse que dará "celeridade às respostas que todos esperam" sobre o caso.
A parlamentar foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no mês passado como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto em junho do ano passado. Dois filhos dela - entres adotados e biológicos, são 55 - já estavam presos pelo crime. No último dia 24, outros cinco, além de uma neta, também foram presos acusados de participação no assassinato.
A investigação durou mais de um ano, e os responsáveis pelo inquérito concluíram que a deputada "foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime". A defesa de Flordelis nega o envolvimento da parlamentar e diz que a investigação é "contraditória e espetaculosa".
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