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Bolsonaro diz que 'todo mundo ganha' com nomeação de Ramagem

Presidente voltou a insistir para que o STF reveja a decisão e pediu para ministros levarem em conta o currículo do policial.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta quinta-feira, 30, em transmissão feita por meio de suas redes sociais, que fez apenas um “desabafo” ao avaliar como política a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de barrar a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

Bolsonaro voltou a insistir para que o STF reveja a decisão e pediu para que os ministros levem em conta o currículo do policial. Na PF desde 2005, Ramagem tem experiência no combate ao crime organizado e de colarinho branco, mas teve a indicação criticada por conta do lobby que os filhos do presidente fizeram para que ele fosse o escolhido em substituição a Maurício Valeixo, homem de confiança do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.


Na transmissão, Bolsonaro chegou a dizer que “todo mundo ganha” com a nomeação de Ramagem. “Todo mundo ganha. O presidente da República ganha, ganha a PF, ganha a população como um todo porque o combate ao crime, ao tráfico, a outros ilícitos... isso com a experiência dele poderemos fazer com muito melhor precisão. Espero que após meu desabafo, do coração, porque todo nós somos seres humanos, que não só o senhor Alexandre, ministro do STF, bem como demais integrantes do Supremo, pensando no Ramagem, na vida profissional dessa pessoa, que essa decisão seja revista o mais breve possível”, afirmou.

Atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem se aproximou do clã Bolsonaro após a eleição de 2018 ao ser escolhido como o responsável pela segurança do então candidato eleito. O presidente confirmou que ambos são amigos e que o policial chegava a comer pão com leite condensado em sua casa, combinação que fez sucesso nas redes sociais à época da campanha eleitoral.

“Ali nasceu uma amizade, até porque, assim como você tem com aquela pessoa que trabalha na sua casa, na sua empresa, no seu escritório, ele passou a ser pessoa que tomava café da manhã comigo. Comia lá pão com leite condensado também. O café que eu fazia, tá certo? E depois, se não me engano, ele foi acho que no casamento de um filho meu”, comentou na transmissão.

Na quarta-feira, Jair Bolsonaro havia desautorizado a Advocacia-Geral da União e obrigado a apresentação de recurso contra a decisão de Alexandre de Moraes. Na manhã desta quinta, falou em 'crise institucional' com o STF e acusou o ministro de decidir de forma 'política'.“Eu não engoli ainda essa decisão do senhor Alexandre de Moraes. Não engoli. Não é essa a forma de tratar um chefe do Executivo, que não tem uma acusação de corrupção e faz tudo possível pelo seu País", declarou. Para Bolsonaro, a decisão de Moraes foi "política". "No meu entender é uma decisão política. Política”.

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