O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou, nesse sábado (09), a revogação de um decreto que assinou em fevereiro de 2024 e que aumentava o próprio salário em aproximadamente 50%, um texto alvo de críticas de grande parte dos argentinos e dos membros da oposição.
A matéria também previa o mesmo aumento para o vice-presidente, para ministros, para secretários e para ocupantes de outros cargos no governo. Também em fevereiro, o presidente assinou decreto de reajuste no salário mínimo na ordem de 30%, correção aquém daquela esperada por sindicatos.
O chefe do Executivo argentino justificou a revogação da medida em benefício próprio afirmando, em publicação nas redes sociais, que foi Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, quem assinou o decreto.
"Acabo de ser informado que em decorrência de um decreto assinado pela ex-presidente Cristina Kirchner em 2010, que estabelecia que os dirigentes políticos deveriam ganhar sempre mais que os funcionários da administração pública, foi concedido um aumento automático aos quadros políticos deste governo”, disse Javier Milei.
Cristina rebateu. "Quero pensar que o senhor lê o que assina, não é? No [decreto sobre aumento] de janeiro, o senhor não incluiu expressamente as autoridades, e no de fevereiro o senhor e os seus funcionários foram incluídos...o decreto que assinei há 14 anos não tem nada a ver com isso", escreveu Cristina Kirchner nas redes sociais.
Desde o início do seu governo, Javier Milei adota medidas que são alvos de críticas, a fim de cortar gastos, na tentativa de atingir o déficit zero nas contas públicas.
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