O Banco Central (BC) pode registrar a maior intervenção cambial da história do regime de câmbio flutuante nesta sexta-feira, 20, com a realização de dois leilões de dólares à vista e com compromisso de recompra. Com lotes máximos de US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões programados, e considerando as operações já realizadas desde o dia 12, o volume total de dólares injetados no mercado pode atingir US$ 27,760 bilhões neste mês. Esse valor supera o recorde de US$ 23,354 bilhões, registrado em março de 2020, durante a crise gerada pela pandemia da covid-19.
Somente nessa quinta-feira, 19, o BC realizou dois leilões à vista, disponibilizando US$ 8 bilhões, o maior volume já registrado em uma única operação dessa modalidade. O montante supera em mais do que o dobro o recorde anterior de US$ 3,465 bilhões, alcançado em 9 de março de 2020.
Até o momento, o acumulado de intervenções em dezembro chega a US$ 13,760 bilhões, configurando o maior volume histórico já registrado no período. A pressão no mercado cambial projeta na cotação do dólar, que encerrou o pregão de quinta-feira com queda de 2,27%, cotado a R$ 6,1237.
Apesar da desvalorização pontual, a moeda acumula alta de 1,53% na semana, 2,04% no mês e expressivos 26,17% no ano, caracterizando o pior desempenho entre as moedas emergentes em 2024. Esse panorama tem levado o BC a intensificar suas intervenções para conter disfunções no mercado.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em coletiva de imprensa que a instituição está monitorando diariamente o fluxo de saída de dólares do país, que tem ultrapassado as médias usuais. Ele garantiu que o BC continuará atuando no mercado para corrigir distorções, utilizando diferentes ferramentas de intervenção. Apesar do foco atual nos leilões à vista, Campos Neto não descartou o uso de instrumentos como os swaps cambiais.
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