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ONU aponta ineficácia de governos na contenção da crise climática

Nesse ritmo as emissões globais de gases de efeito estufa terão uma redução de apenas 2,6% até 2030.

A menos de duas semanas para a COP29 em Baku, um novo relatório da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) revela que as atuais Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para redução de emissões estão muito abaixo do necessário para conter a crise climática. A análise indica que, se os compromissos nacionais forem integralmente implementados, as emissões globais de gases de efeito estufa terão uma redução de apenas 2,6% até 2030 em comparação aos níveis de 2019 – muito aquém do corte de 43% recomendado para limitar o aquecimento a 1,5°C até o final do século.

Emissões Longe da Meta

As projeções da UNFCCC apontam que as NDCs atuais levariam as emissões a 51,5 gigatoneladas de CO2 equivalente em 2030, uma redução insignificante comparada ao volume de 52,9 gigatoneladas de 2019. Segundo o Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC), para alcançar a meta de 1,5°C, as emissões precisariam estar abaixo de 30,15 gigatoneladas ao final da década.

Além disso, o relatório ressalta que as emissões projetadas para 2030 poderiam até aumentar caso as reduções previstas nas NDCs dependentes de financiamento climático não sejam implementadas, especialmente nos países em desenvolvimento. A UNFCCC reforça que o financiamento climático é crucial para evitar que as emissões continuem crescendo.

Consequências e Necessidade de Novos Compromissos

A ONU alerta que, com as políticas climáticas atuais, o aquecimento global pode atingir 3,1°C até o final do século – mais do que o dobro do limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris. Diante desse cenário, o secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell, enfatizou a urgência de novos compromissos climáticos mais ambiciosos. “As novas NDCs precisam ter metas mais abrangentes e confiáveis, apoiadas por regulamentações e financiamento sólido para garantir seu cumprimento”, afirmou Stiell.

A COP29 abordará esses desafios, buscando definir novas metas de financiamento para o próximo ciclo de NDCs (2025-2030) e pressionando os países a apresentarem compromissos mais firmes em defesa do clima global.

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