A estatal russa Gazprom informou nesta sexta-feira, 2, que atrasará por tempo indeterminado o reinício do fluxo de gás natural pelo gasoduto estratégico que conecta a Rússia à Alemanha. O anúncio levantou novas preocupações sobre o fornecimento de energia europeu e a capacidade de Moscou de punir a Europa por seu apoio à Ucrânia na guerra deflagrada pela Rússia em 24 de fevereiro.
A gigante de energia de propriedade russa deveria reiniciar o fluxo de gás natural através do gasoduto Nord Stream 1 no sábado, 3, após três dias de manutenção. No entanto, informou em um comunicado que vazamentos foram encontrados durante as inspeções de uma estação de compressão de dutos. Portanto, o duto seria fechado até que os problemas fossem eliminados, sem dar um prazo para o reinício das funções.
O atraso inesperado pareceu fazer parte da disputa direta pela energia entre a Rússia e o Ocidente. Nesta sexta-feira, os ministros das Finanças do Grupo dos 7 países (G-7) disseram que concordaram em impor um mecanismo de teto de preço do petróleo russo.
A última ação da Gazprom provavelmente aumentará os temores de um fechamento permanente do gasoduto, que era o principal canal de gás para a Alemanha.
A Gazprom interrompeu os fluxos no gasoduto Nord Stream 1 na quarta-feira, 31. Autoridades russas disseram que o fechamento era necessário para manutenção, mas autoridades do governo ocidental e executivos do setor suspeitam que o corte, que foi o segundo neste verão do Hemisfério Norte, seja politicamente motivado. Em julho, o gasoduto foi interrompido por 10 dias, também para manutenção.
Se os fluxos fossem retomados no sábado, eles deveriam atingir apenas cerca de 20% da capacidade total do oleoduto – o mesmo nível fornecido desde o fim de julho.
Antes do último anúncio da Gazprom, os preços futuros do gás natural de referência europeia haviam caído cerca de 10% na sexta-feira, para cerca de € 216 (cerca de R$ 1,1 mil) por megawatt-hora.
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