Mikaela Ramos
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro discursou na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nessa terça-feira (20), e pediu aos países latino-americanos que “unam forças para acabar com a guerra às drogas” no continente.
O chefe de Estado colombiano destacou que a atual política de combate as drogas fracassou. “A diminuição do consumo de drogas não precisa de guerras, mas, sim, que seja construída uma sociedade melhor, solidária e afetuosa, onde a intensidade da vida nos salve dos vícios”, disse Petro, ao afirmar que a atual política de enfrentamento não foi eficaz.
Petro ainda minimizou o uso da cocaína. “Foi decidido que essa droga é o veneno e deve ser perseguida, mesmo causando um baixo número de overdoses, muitas por resultado de misturas com outras substâncias”, considerou ele. “Contudo, o carbono e o petróleo devem ser protegidos, mesmo que seus usos levem a humanidade à extinção", insinuou ele, que o petróleo é mais prejudicial que o entorpecente.
O presidente colombiano relembrou a ancestralidade da planta de coca, matéria-prima para a produção da cocaína. “Sagrada para os incas, mas aqueles que hoje a cultivam são encarcerados”, apontou Petro.
Presidente diz que quer "soltar os presos"
Em seu primeiro discurso como presidente eleito, em junho deste ano, Petro se dirigiu à população para dizer que uma das intenções de seu governo é soltar presos, tirando da cadeia principalmente os jovens.
“Quantas pessoas estão na prisão hoje? Quantos jovens acorrentados, algemados, tratados como bandidos, simplesmente por terem esperança, simplesmente porque tinham amor?”, interpelou o presidente, em alusão a supostos presos políticos. “Peço ao procurador-geral da nação que liberte o nosso povo. Liberte os jovens”, clamou.
Saiba mais sobre Gustavo Petro
Petro foi o primeiro candidato de extrema esquerda a vencer uma disputa pela Presidência da Colômbia da história de seu país. Ele é ex-guerrilheiro do grupo Movimento 19 de Abril (M-19), facção conhecida por atos violentos, sobretudo, na década de 1980. Depois de abandonar a luta armada, Petro foi duas vezes senador e uma vez prefeito da capital, Bogotá.
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