O ex-ministro da Justiça da China Fu Zhenghua, de 67 anos, foi condenado, nesta quinta-feira, 22, a uma pena de morte suspensa de dois anos por corrupção, informou a mídia oficial. Esse tipo de condenação permite que, após os dois anos de suspensão, a pena seja comutada para prisão perpétua - sem liberdade condicional, caso o condenado não tenha cometido novos crimes durante o período.
Fu é acusado por aceitar suborno e por abuso de poder. De acordo com a mídia oficial, o ex-ministro chinês aproveitou a autoridade para aceitar ilicitamente dinheiro e presentes no valor de 117 milhões de yuans (equivalente a 16,5 milhões de dólares).
Em outubro de 2021, a Comissão Nacional de Supervisão da China, principal órgão anticorrupção do Estado chinês, juntamente com a Comissão Central de Inspeção e Disciplina, o braço anticorrupção do Partido Comunista da China (PCC), começou a investigar Fu Zhenghua por “graves violações de disciplina e leis nacionais”. Nascido na província de Hebei, em 1955, Fu completou seus estudos de pós-graduação na Universidade de Pequim e, em 1973, ingressou no PCC. Antes da sua nomeação como Ministro da Justiça em 2018, ele liderou investigações como a do ex-chefe dos serviços de Segurança Zhou Yongkang, em 2014, e atuou como vice-ministro de Segurança Pública entre 2013 e 2018.
O ex-ministro da Justiça foi expulso do PCC e ficou impedido de exercer qualquer cargo público. A investigação durou até março de 2022 e concluiu que Fu “nunca foi verdadeiramente leal ao partido e ao povo”, tinha ambições políticas “extremamente infladas”, possuía armas de fogo de forma ilegal, levava um estilo de vida “extravagante e hedonista”, e se engajava em “atividades supersticiosas”, entre outras acusações.
A condenação de Fu Zhenghua se soma a uma série de altos funcionários que foram punidos por corrupção em uma longa repressão lançada depois que o presidente Xi Jinping assumiu o poder no final de 2012. Outros membros do aparato de segurança chinês também foram processados por corrupção: os ex-chefes de polícia das cidades de Chongqing (centro) e Xangai (leste), acusados de receber propina. Por sua vez, o ex-vice-ministro chinês de Segurança Pública, Sun Lijun, também foi acusado, em janeiro passado, de aceitar presentes.
Depois de chegar ao poder em 2012, o atual secretário-geral do PCC e presidente da China, Xi Jinping, iniciou uma campanha anticorrupção na qual altos funcionários chineses foram condenados por aceitar subornos milionários. Embora a campanha tenha descoberto casos importantes de corrupção dentro do partido, alguns críticos apontaram que ela também poderia ser usada para encerrar as carreiras políticas de alguns de seus rivais. Em 16 de outubro, o 20º Congresso do Partido Comunista começará em Pequim, no qual Xi poderá iniciar um terceiro mandato sem precedentes entre seus antecessores nas últimas décadas.
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