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Joe Biden ganha fôlego a três meses de eleições legislativas

Presidente americano colhe vitórias no Congresso e recebeu boas notícias na área econômica.

Desde que assumiu o volante da maior economia do mundo, em janeiro de 2021, a popularidade de Joe Biden entrou em parafuso. Cada escorregão do presidente era mais um prego no caixão da ambição democrata de manter a maioria na Câmara e no Senado. Nas últimas semanas, porém, ele parece renascido, enfileirando vitórias que dão fôlego ao seu governo.

A mais importante delas é a queda da inflação de julho, que na quarta-feira ficou em zero por cento – embora o índice anualizado ainda seja alto, de 8,5%. Na semana passada, Biden já havia soltado rojões com a divulgação do índice de desemprego de 3,5% em julho – o menor dos últimos 50 anos.


Na quinta-feira, o preço da gasolina nos EUA caiu abaixo dos US$ 4 o galão (cerca de R$ 4,5 por litro) pela primeira vez desde março – uma queda constante de 58 dias consecutivos, reflexo do preço do barril de petróleo, também em baixa, o que também ajuda a explicar a desaceleração da inflação.

Mas não é só na área econômica que os bons ventos sopram para o presidente. Após a desastrosa retirada das tropas americanas do Afeganistão, em agosto de 2021, criticada até por aliados na Europa, Biden marcou um golaço na semana passada ao anunciar que um drone operado pela CIA matou o terrorista Ayman al-Zawahiri, arquiteto dos atentados do 11 de Setembro e sucessor de Osama Bin Laden no comando da Al-Qaeda.

O presidente também vem obtendo vitórias no Congresso, cumprindo a promessa de campanha de evitar governar com decretos executivos, ferramenta usada com fartura por seus antecessores diante de impasses legislativos.

A principal conquista deve acontecer nesta sexta-feira, com a aprovação definitiva na Câmara da Lei de Redução da Inflação, projeto de US$ 430 bilhões que pretende, de uma tacada só, combater mudanças climáticas, reduzir preços de medicamentos e aumentar impostos corporativos.

Na terça-feira, ele assinou uma lei que prevê subsídios para a fabricação de chips de computador nos EUA, diminuindo a dependência de fornecedores asiáticos. Na quinta-feira, assessores do presidente disseram que ele pretende viajar pelos EUA nas próximas semanas para vender ao eleitorado todas essas conquistas.

Embora ainda sem datas e destinos, espera-se que Biden apareça em Estados onde os candidatos democratas mais precisem dele. Em novembro, os americanos renovarão todos os seus 435 deputados e 35 das 100 cadeiras no Senado. Hoje, os democratas controlam as duas Casas.

“As vitórias são importantes, mas até as eleições será uma maratona”, disse Joel Benenson, consultor democrata que trabalhou para o ex-presidente Barack Obama. Além disso, o impacto de algumas leis pode levar tempo para ser percebido – um tempo que os democratas não têm.

Mesmo assim, muitos estão otimistas. “Esse pacote de saúde, clima e economia terá impacto político imediato”, disse o senador Brian Schatz. “Não porque as pessoas sentirão os efeitos agora, mas porque elas sabem que o Congresso não fez nada nos últimos tempos.”

Números

Ainda é cedo para saber o impacto da maré favorável na popularidade de Biden. Em fevereiro de 2021, um mês após a posse, ele tinha 55% de aprovação, segundo o portal FiveThirtyEight, que faz a média de pesquisas. No dia 21 de julho, chegou ao fundo do poço, com 38%. Nas últimas três semanas, navegando a favor do vento, ele voltou a respirar acima dos 40%.

Com isso, os democratas recuperaram terreno na disputa legislativa. Pesquisas que apontavam favoritismo dos republicanos para retomar o Senado agora indicam uma disputa apertada. Na briga pelo controle da Câmara, porém, o Partido Republicano tem posição mais segura e deve reconquistar a maioria. A menos que Biden tire outros coelhos de sua cartola.

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