Um homem armado com um fuzil e um revolver abriu fogo dentro de um complexo hospitalar na cidade americana de Tulsa, Oklahoma, nesta quarta-feira, 1º, e matou pelo menos quatro pessoas antes de aparentemente cometer suicídio. O ataque acontece no momento em que os Estados Unidos ainda convivem com o luto dos massacres de Uvalde e de Buffalo, que deixaram dezenas de mortos e reacenderam o debate sobre acesso às armas no país.
A identidade do atirador não foi revelada, mas autoridades afirmam que ele aparenta ter entre 35 e 40 anos. Segundo o vice-chefe do Departamento de Polícia de Tulsa, Eric Dalgeish, as investigações não descobriram o motivo do ataque até o momento e não está claro se o atirador mirava alguém específico.
As identidades das vítimas também permanecem desconhecidas. A polícia disse que provavelmente há pacientes e funcionários do hospital entre eles. Nenhum policial ficou ferido.
O capitão da polícia de Tulsa, Richard Meulenberg, disse que os policiais receberam a informação sobre um homem armado com fuzil dentro de um hospital às 16h52 (horário local; 18h52 em Brasília) e se dirigiram para lá quatro minutos depois. Ao chegar, ouviram tiros no segundo andar e encontraram pessoas feridas e mortas. “É uma cena catastrófica”, declarou Meulenberg às emissoras americanas.
O estado de saúde das pessoas feridas é estável. Segundo a polícia, eles tiveram ferimentos leves e o número de pessoas baleadas é “muito baixo”. Muitos foram machucados em uma tentativa desesperada de sair do prédio na hora do ataque.
O edifício onde o ataque ocorreu é o Natalie Medical Building, localizado no complexo hospitalar do Hospital St. Francis. Todos os tiros parecem ter ocorrido em uma mesma área, localizada no segundo andar. O local foi revistado para verificar possíveis ameaças adicionais.
O atirador foi encontrado morto pelos policiais com as duas armas na mão, o que levou a polícia concluir que era ele o autor do ataque. Os investigadores declararam depois do ataque que provavelmente ele se suicidou e que as duas armas foram disparadas.
Apesar de não haver informações concretas sobre o motivo, o capitão Meulenberg afirmou que não se trata de um ataque aleatório. “Este não era um indivíduo que de repente decidiu que queria encontrar um hospital cheio de pessoas aleatórias e atirar. Ele deliberadamente escolheu vir aqui e as ações foram deliberadas”, acrescentou.
A polícia destacou que o tempo de resposta ao ataque foi primordial para evitar que o atirador matasse mais pessoas, especialmente após a polícia de Uvalde receber críticas pela demora com que agiu no massacre da semana passada, que deixou 19 crianças e 2 adultos mortos.
Além dos disparos no hospital, existe a suspeita de que o atirador deixou uma bomba dentro de uma residência em Muskogee, cerca de 80 quilômetros a sudeste de Tulsa. A polícia de Muskogee isolou a casa e notificou as pessoas da área para não saírem para as ruas. Eles ainda tentam obter um mandado de busca para revistar a casa. Um esquadrão antibombas também foi acionado.
A Casa Branca afirmou que o presidente dos EUA, Joe Biden, foi informado sobre o tiroteio e monitora de perto a situação. “[Biden] entrou em contato com autoridades estaduais e locais para oferecer apoio”.
Um centro de reunificação para que as famílias encontrem os parantes foi montado em uma escola próxima. O prefeito de Tulsa, George Theron Bynum, afirmou que algumas famílias ainda não foram informadas sobre o ocorrido.
Bynum, um membro do Partido Republicano, foi questionado sobre a resposta que daria ao ataque, mas evitou fazer alusão política. “No momento, meus pensamentos estão com as vítimas, cujas famílias ainda não sabem disso”, declarou. “Se queremos ter uma discussão política, isso é algo a ser feito no futuro, mas não esta noite, não esta noite.”
O residente-executivo do Saint Francis Hospital, Cliff Robertson, afirmou que o caminho pela frente vai ser “uma estrada muito acidentada”. Ele informou que mais de 10 mil pessoas trabalham no complexo hospitalar diariamente. O Natalie abriga um centro cirúrgico ambulatorial e um centro de saúde, fechados após o ataque.
Já o governador Kevin Stitt, de Oklahoma, disse que o tiroteio de hoje em Tulsa foi “um ato sem sentido de violência e ódio”.
Ele se torna o ataque a tiros mais recente nos Estados Unidos, que registra recorde este ano. Há uma semana, um homem de 18 anos entrou em uma escola primária em Uvalde, no Texas, e deixou 21 mortos -- no massacre com mais vítimas do ano até o momento. Outro massacre recente de maior repercussão aconteceu dentro de um supermercado em Buffalo, Nova York, onde 10 pessoas negras foram mortas em um crime descrito como racista pelos investigadores.
Depois do ataque no Texas, muitos políticos, figuras públicas e defensores do controle de armas disseram que o governo dos Estados Unidos deveria garantir que ataques a tiros em massa não voltem a acontecer. Entretanto, nos últimos sete dias ao menos 15 tiroteios foram registrados no país, segundo a Gun Violence Archive (GVA), uma organização de pesquisa sem fins lucrativos dos EUA.
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