O gabinete do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, aceitou dar início a negociações diplomáticas com o governo da Rússia em Belarus, depois de hesitar em aceitar a oferta do Kremlin. O anúncio ucraniano ocorreu depois do presidente russo, Vladimir Putin, colocar as forças nucleares da Rússia em alerta máximo.
No quarto dia de guerra, forças ucranianas resistem ao avanço russo em Kharkiv e Kiev, as duas maiores cidades no país, freando o avanço russo mostrado nas primeiras horas do conflito. Acompanhe aqui em tempo real a guerra na Ucrânia (liberado para não assinantes).
"A Rússia não estava querendo nenhuma conversa. Depois que sofreram dificuldades, agora falam em negociações", disse o chanceler ucraniano Dmytro Kuleba. "O fato de a Rússia estar disposta a conversar já é uma vitória para a Ucrânia."
O Kremlin informou neste domingo, 27, que uma comitiva de autoridades russas desembarcou durante a manhã (madrugada em Brasília) na cidade de Gomel, em , para iniciar negociações com autoridades ucranianas -- no gesto mais concreto de diplomacia partindo de Moscou desde o início da invasão da Ucrânia. Kiev se disse disposta a negociar, mas negou que as conversas vão ocorrer no país ao norte, usado pela Rússia como base em sua ofensiva militar.
Uma delegação de representantes dos "ministérios das Relações Exteriores, da Defesa e de outras pastas, incluindo a administração presidencial, chegou a Belarus para negociações com os ucranianos", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
"A delegação russa está pronta para as negociações e agora estamos esperando os ucranianos", acrescentou.
Logo após o anúncio do Kremlin, o presidente da Ucrânia afirmou que aceitaria as negociações, mas que elas precisariam ocorrer em um país neutro. Pouco depois, mudou de ideia.
O esforço diplomático deve começar um dia após os aliados ocidentais anunciarem uma nova rodada de sanções econômicas contra a Rússia, incluindo o bloqueio alguns bancos russos do sistema de pagamentos global Swift, e no mesmo dia em que tropas russas conquistaram avanços relevantes em solo ucraniano.
O presidente russo, Vladimir Putin, saudou o "heroísmo" dos militares deslocados para a Ucrânia, que na madrugada deste domingo chegaram a Kharkiv, a segunda maior cidade do país, e cercaram posições estratégicas no sul do país.
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