Fechar
GP1

Mundo

Entenda o porquê da Rússia ameaçar invadir a Ucrânia

Ameaças tem se intensificado, enquanto líder russo tenta reafirmar sua importância geopolítica na região.

A tensão entre Rússia, Ucrânia e países da Otan, entre eles os Estados Unidos, se agravou nesta segunda-feira, 21, após o presidente russo, Vladimir Putin, reconhecer a independência de duas regiões separatistas na Ucrânia e enviar "tropas de paz" aos territórios. Entenda os principais pontos da crise:

O que está por trás da crise na Ucrânia?


Depois do colapso da União Soviética, a Otan se expandiu rumo ao leste, associando-se a países que durante a Guerra Fria faziam parte da União Soviética, como foi o caso da Lituânia, Letônia e Estônia, e do Pacto de Varsóvia, como a Polônia, a Romênia e a Bulgária. Com isso, os limites territoriais da aliança se moveram para cada vez mais perto de Moscou. Em 2008, a aliança atlântica anunciou que, um dia, pretende contar com a adesão da Ucrânia.

Por que Putin está ameaçando a Ucrânia agora?

O presidente russo, Vladimir Putin, considera expansão da Otan para o leste uma ameaça existencial à Rússia. Nos últimos anos, ele tem reconstruído o poderio militar russo e reafirmado sua importância geopolítica na região.

Conforme a força bélica russa cresceu, suas ameaças tornaram-se mais intensas. As bases de mísseis da Otan na Polônia também são descritas por ele como uma ameaça. Além disso, Putin insiste que Ucrânia e Belarus, historicamente e do ponto de vista cultural, são partes da Rússia. Aos 69 anos, Putin tem como objetivo redesenhar as fronteiras geopolíticas da era soviética, com a Ucrânia retornando à área de influência russa. Menos claro é como ele pretende fazer isso por meio da força. O custo de uma intervenção militar seria alto, seja por sanções ou até mesmo com uma resposta armada com o Ocidente, mas não se sabe se Putin se contentaria com um meio termo. Até agora, nenhum lado cedeu e uma solução diplomática parece emperrada.

O que está em jogo para os países europeus?

O maior risco para a Europa, principalmente para potências como França, Alemanha e Reino Unido, é a sobrevivência da estrutura de segurança que ajudou a manter a paz no continente desde o fim da 2.ª Guerra. Com essas potências divididas sobre qual a melhor resposta às ameaças de Putin, o conflito também evidenciou as fraturas internas da União Europeia e da Otan.

Com a saída da chanceler Angela Merkel, que cresceu no leste da Alemanha na época da Guerra Fria, fala russo fluentemente e desenvolveu uma boa relação com Putin, a Europa perdeu um interlocutor inestimável com Moscou. Seu sucessor, Olaf Scholz, foi criticado por não assumir um papel de destaque na crise. A Europa tem importantes laços comerciais com a Rússia e perderia muito mais do que os EUA com as sanções impostas após a invasão russa da Ucrânia. Também depende do fornecimento de gás russo, uma fraqueza que Putin explorou em disputas anteriores.

O projeto do gasoduto NordStream 2, vital para os interesses russos, está em risco em meio à crise.

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.