A Rússia não demonstra preocupação com possíveis sanções de países ocidentais, disse o embaixador russo, Viktor Tatarintsev, na Suécia. A entrevista foi publicada no site do jornal Aftonbladet na noite de sábado, 12. "Desculpe minha linguagem, mas não damos a mínima para todas as suas sanções", disse. A declaração chega em um momento em que os países ocidentais temem que a Rússia esteja preparando uma invasão da Ucrânia.
"Já tivemos muitas sanções e, de alguma forma, elas tiveram um efeito positivo em nossa economia e agricultura", disse o diplomata veterano, que fala um sueco perfeito e foi enviado quatro vezes ao país escandinavo.
No sábado, em uma conversa de uma hora e dois minutos, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que os americanos e países aliados agirão de maneira decisiva para impor "rápidos e severos" custos à Rússia em caso de uma invasão da Ucrânia. Os dois líderes voltaram a ter uma conversa direta, um dia após os EUA alertarem para uma invasão iminente de Kiev por tropas russas.
"Somos mais autossuficientes e conseguimos aumentar nossas exportações. Não temos queijos italianos ou suíços, mas aprendemos a fazer bons queijos russos com receitas italianas e suíças", afirmou.
"As novas sanções não são positivas, mas não são tão ruins quanto os ocidentais querem que pareçam", acrescentou. Tatarintsev os acusou de não entender a mentalidade russa. "Quanto mais o Ocidente pressionar a Rússia, mais forte será a resposta russa", insistiu.
Moscou concentrou mais de 130 mil soldados na fronteira da Ucrânia, ameaçando invadir a não ser que suas exigências sejam cumpridas: que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) descarte a adesão ucraniana e retire suas forças do Leste Europeu.
Continua incerto se os líderes ocidentais e o presidente russo, Vladimir Putin, serão capazes de negociar um acordo. Mas qualquer resolução tende a forçar Kiev a aceitar concessões arriscadas, que poderiam ser desestabilizadoras domesticamente.
Nesta semana, por exemplo, o presidente francês, Emmanuel Macron, propôs uma “finlandização” da Ucrânia, que deixaria o país em uma posição neutra entre a Rússia e a Otan, como a Finlândia durante a Guerra Fria.
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