Os restos do avião que desapareceu nesta terça-feira, 6, com 28 pessoas a bordo na península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, foram encontrados a pelo menos quatro quilômetros do aeroporto onde deveria ter aterrissado, informou a agência aérea russa. O avião, um turboélice bimotor Antonov AN-26, voou da capital regional Petropavlovsk-Kamchatsky para Palana, uma vila no norte de Kamchatka, quando perdeu contato com o controle de tráfego aéreo, disse o ministério de emergências da Rússia.
Equipes de salvamento encontraram destroços do avião "a cerca de 4 km a 5 km" do aeroporto de Palana, na costa do Mar de Okhotsk. Uma parte da fuselagem está em terra e "a segunda parte estava localizada no mar a cerca de 4 km da costa", segundo a agência de notícias Interfax.
O avião deveria ter pousado às 15h50 (2h50 no horário de Brasília), mas sumiu dos radares alguns minutos antes, a 9 km do seu destino, segundo autoridades russas. O Antonov era operado por uma pequena empresa local em Kamchatka, uma vasta e escassamente povoada península no extremo oriente da Rússia.
Havia 22 passageiros e seis tripulantes a bordo, informou o ministério. A prefeita da vila, Olga Mokhireva, estava entre os passageiros, disseram as autoridades locais segundo a agência Tass. No momento da queda, o tempo na área estava nublado, disse a agência de notícias Interfax, citando o centro de meteorologia local.
"Os esforços de busca e salvamento estão em curso", disse Valentina Glazova, porta-voz da procuradoria regional encarregada dos transportes, à AFP. "Tudo o que sabemos por agora é que o contato com o avião se perdeu e este não aterrissou", acrescentou ela. O avião era operado por uma pequena empresa local em Kamchatka. De acordo com a Tass, o avião foi construído em 1982.
Preocupações de segurança
A Rússia, outrora famosa pelos acidentes na aviação, melhorou a segurança do tráfego aéreo a partir dos anos 2000, quando os principais transportadores do país trocaram os seus velhos aviões soviéticos por aeronaves mais modernas. Mas ainda há falta de manutenção e normas de segurança sistemáticas, razão pela qual o país registrou vários acidentes aéreos fatais nos últimos anos.
O último ocorreu em maio de 2019 quando um Sukhoi Superjet da companhia aérea russa Aeroflot caiu ao aterrissar e pegou fogo na pista de aterrissagem de um aeroporto de Moscou, deixando 41 mortos.
Em fevereiro de 2018, um Saratov Airlines Antonov AN-148 caiu pouco depois da descolagem perto de Moscou, matando todas as 71 pessoas a bordo. Uma investigação determinou que a causa do acidente foi erro humano.
Incidentes não fatais são também comuns na Rússia, forçando voos a serem desviados ou aterragens de emergência, geralmente devido a problemas técnicos. Em agosto de 2019, um avião da Ural Airlines transportando mais de 230 pessoas fez uma arriscada aterrissagem num campo de milho perto de Moscou, depois do motor ter sugado pássaros durante a descolagem.
As viagens aéreas estão também sujeitas a condições de voo frequentemente difíceis nas regiões do Ártico e do Extremo Oriente, onde os aviões e helicópteros são o meio de transporte mais utilizado para chegar a cidades e aldeias remotas. (Com agências internacionais).
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