A China enviou o módulo principal de sua futura estação espacial para a órbita terrestre nesta quinta-feira, 29. O Tianhe, ou "Harmonia Celestial", foi lançado da ilha de Hainan, ao sul do país, e marca o início do projeto de construção da estrutura que permitirá hospedar astronautas chineses no espaço.
A expectativa é enviar uma tripulação de três pessoas à chamada Estação Espacial da China (CSS) até o fim de 2022. Para isso, antes será preciso lançar outras 10 missões, das quais quatro serão tripuladas, para colocar em órbita outros elementos necessários para montar a estrutura.
Uma vez concluída a CSS, o módulo central, lançado nesta quinta-feira, será onde os astronautas viverão por até seis meses. Os próximos lançamentos levarão dois módulos onde a tripulação fará experimentos científicos e quatro para embarque de suprimentos e carga, além das missões tripuladas.
Pelo menos 12 astronautas estão treinando para viver na estação, incluindo veteranos do programa espacial chinês, recém-chegados e mulheres. A primeira missão com tripulação, Shenzhou-12, está prevista para ser lançada em junho.
A Estação Espacial Chinesa terá forma de "t" e deve pesar cerca de 66 toneladas, o que a torna consideravelmente menor que a Estação Espacial Internacional (ISS), que lançou seu primeiro módulo em 1998 e pesa cerca de 450 toneladas.
Programa espacial chinês
A China começou a trabalhar no projeto da estação em 1992, quando suas ambições de exploração espacial estavam tomando forma. A capacidade de ir sozinha ao espaço tornou-se mais urgente depois que o país foi excluído da ISS — em grande parte devido a objeções dos Estados Unidos.
Após anos de sucesso no lançamento de foguetes e satélites comerciais, a China colocou seu primeiro astronauta no espaço em outubro de 2003, tornando-se o terceiro país a fazê-lo de forma independente, depois da antiga União Soviética e dos EUA.
O país também lançou duas estações espaciais experimentais de módulo único, Tiangong-1 e Tiangong-2. A primeira terminou em chamas depois de perder contato com a Terra. Já a segunda foi retirada de órbita com sucesso em 2018, após sua tripulação permanecer 33 dias a bordo.
O lançamento do Tianhe ocorre no momento em que a China avança também em missões não tripuladas, especialmente na exploração lunar. Em dezembro, sua sonda Chang'e 5 trouxe amostras de rochas lunares à Terra pela primeira vez desde as missões dos EUA dos anos 1970.
Enquanto isso, no espaço profundo, uma sonda chinesa que carrega um rover deve pousar em Marte em meados do próximo mês, tornando a China o segundo país a conseguir tal feito depois dos EUA. A sonda Tianwen-1 orbita o planeta vermelho desde fevereiro, e o rover Zhurong terá a missão de procurar evidências de vida na superfície.
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