O papa Francisco nomeou nesta quinta-feira, 4, a freira Raffaella Petrini como secretária-geral do Governatorato do Vaticano, o segundo cargo mais importante do governo da cidade.
O posto de Petrini, de 52 anos, é equivalente ao de vice-governador de um Estado ou vice-prefeito de uma cidade. Ela irá supervisionar mais de 2 mil funcionários, além de ser responsável pela gestão administrativa dos museus, da agência dos correios e da polícia.
Italiana, Petrini é funcionária da Congregação para a Evangelização dos Povos e professora de Economia do Bem-Estar e Sociologia dos Processos Econômicos na Pontifícia Universidade de San Tommaso d’Aquino (PUST), em Roma. Ela é formada em Ciências Políticas pela Universidade Internacional Livre de Guido Carli e tem doutorado pela PUST.
Tradicionalmente, o Governatorato é liderado por bispos. A nomeação de Petrini vem na esteira de uma série de medidas que buscam a equidade de gênero dentro da Igreja. Em janeiro, o papa Francisco alterou a lei para permitir que as mulheres possam ler a Bíblia na missa, dar a comunhão e ajudar no altar durante a liturgia. Um mês depois, ele nomeou a freira Nathalie Becquart subsecretária do sínodo dos bispos, tornando-a a primeira mulher da história a ter direito ao voto neste tipo de reunião.
Ele também nomeou seis mulheres para cargos importantes no conselho que supervisiona as finanças do Vaticano e mulheres para os cargos de vice-ministra das Relações Exteriores, diretora dos Museus do Vaticano e vice-chefe do Escritório de Imprensa do Vaticano.
Francisco disse que não vê razão para que uma mulher não ocupe um posto de liderança, exceto aquelas que, por razões doutrinárias, estão abertas apenas aos padres ordenados.
Desde que o pontífice criou em 2016 uma comissão para estudar a história de diáconos mulheres nos primeiros anos da Igreja Católica, grupos reformistas alimentam a esperança de que possa haver mulheres padres algum dia. O papa não deu, no entanto, nenhum indicativo neste sentido.
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