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Atriz e cineasta russos decolam para rodar primeiro filme no espaço

Yulia Peresild e Klin Shipenko passarão 12 dias em órbita

Um foguete Soyuz decolou nesta terça-feira, 5, com a atriz Yulia Peresild, de 36 anos, e o cineasta Klim Shipenko, 38, a bordo, com a missão de rodar o primeiro filme da história no espaço, segundo imagens exibidas ao vivo pela agência espacial Roscosmos.

O foguete partiu da base de Baikonur, no Cazaquistão, e deve chegar à Estação Espacial Internacional (ISS) às 9h12 de Brasília, segundo o plano de voo. Peresild e Shipenko terão 12 dias para filmar o longa-metragem que tem o título provisório de O Desafio. Eles estão acompanhados de um experiente cosmonauta, Anton Shkaplerov.


Serão 12 dias no espaço - a volta está programada pra 17 de outubro -, período em que atriz e diretor vão rodar cenas de um filme cuja trama é sobre uma médica que tem a missão de salvar um cosmonauta.

Seis décadas após a façanha de Yuri Gagarin, os russos querem voltar à frente dos americanos na corrida espacial, desta vez para rodar um filme de ficção em órbita e sem gravidade.

A tripulação russa ultrapassaria assim o astro de Hollywood Tom Cruise e o diretor Doug Liman, que têm um projeto semelhante em colaboração com a Nasa e a Space X, empresa do magnata Elon Musk. Contactado pela AFP, o lado norte-americano não quis divulgar datas.

Para a Rússia, trata-se de marcar pontos, pois, no campo do lançamento de satélites, voos tripulados ou missões científicas, Moscou perdeu terreno.

As minúsculas dimensões do set da seção russa da ISS são um desafio para o diretor, que também ficará encarregado da câmera, da luz, da gravação do som e da maquiagem.

E “teremos que filmar no espaço coisas impossíveis de filmar na Terra”, acrescentou a atriz, em entrevista em julho. Ela e o diretor passaram por um acelerado treinamento para suportar a velocidade da viagem e também a se mover em ambiente sem gravidade.

Nascida na família de um pintor de ícones, Yulia nunca sonhou em ser cosmonauta, ao contrário de muitos jovens soviéticos. E, quando foi selecionada entre 3 mil candidatas, ela confessa que estava "com medo".

"Não sou uma super-heroína", disse ela, ainda em julho, ao afirmar que encontra sua motivação entre as crianças deficientes que apoia por meio de sua fundação Galtshonok.

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