O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse neste domingo, 24, que Israel fechará o aeroporto internacional para quase todos os voos para evitar a entrada de viajantes com cepas mais contagiosas do novo coronavírus. O país vive uma alta de casos da doença e tem enfrentado a resistência de judeus ultraortodoxos que se recusam a seguir as determinações das autoridades de saúde.
O aumento nas notificações ameaça minar a campanha altamente bem-sucedida de Israel para vacinar sua população. Em apenas um mês, o país vacinou mais de um quarto de seus 9,2 milhões de habitantes. Ao mesmo tempo, o vírus continua a se espalhar por todo o país, com uma média de mais de 8 mil novos casos por dia.
No domingo, o governo decidiu restringir os voos internacionais de entrada e saída do país. As autoridades disseram que abririam exceções para um pequeno número de casos humanitários – como funerais e pacientes médicos – e voos de carga. “Estamos fechando os céus hermeticamente, exceto em raras exceções, para evitar a entrada de mutações virais e também para garantir que tenhamos progresso rapidamente em nossa campanha de vacinação”, disse Netanyahu.
As novas regras começam a valer amanhã e permanecerão em vigor até 31 de janeiro. O gabinete de Netanyahu disse que a medida ainda exigia o aval do Parlamento, o que deve ocorrer na segunda. Durante a pandemia, Israel restringiu a entrada da maioria dos estrangeiros em seu principal aeroporto internacional, mas abriu exceções para certas categorias de pessoas, incluindo estudantes e israelenses que retornam do exterior. O país, porém, permite que turistas israelenses voem para países classificados como “verdes”, onde as autoridades acreditam que há taxas baixas de contaminação.
Essa abertura parcial, diz o governo, parece ter permitido que variantes mais contagiosas do coronavírus que foram identificadas no Reino Unido, por exemplo, entrassem em Israel. No domingo, o Ministério da Saúde disse que detectou o primeiro caso de uma nova variante do coronavírus descoberta nos Estados Unidos, trazida por um homem que chegou de Los Angeles.
Ultraortodoxos
Especialistas em saúde do país dizem que o desrespeito das normas de segurança sanitária por judeus ultraortodoxos do país também foi um fator importante na disseminação do vírus na nova onda que atinge o país.
A polícia israelense tem relutado em confrontar a comunidade.
No domingo, agentes entraram em confronto com grandes multidões de manifestantes ultraortodoxos em várias cidades, com um oficial atirando para cima para manter a multidão distante. Com quase 65 casos e da doença por milhão de habitantes, Israel é o 11.º no mundo em notificações. Pelo menos 4,3 mil pessoas morreram.
Ver todos os comentários | 0 |