Dois em cada cinco americanos, por volta de 40% da população, vivem hoje em regiões onde a capacidade hospitalar está quase saturada por causa de internações pela covid-19, indica levantamento feito pela agência Associated Press. Nesses locais, aponta a AP, somente 15% dos leitos estão disponíveis hoje. Além disso, os hospitais americanos também têm competido para contratar enfermeiros, e pagado caro por um serviço cada vez mais inflacionado. A maioria dessas unidades está nas regiões sul e oeste dos EUA.
“Você não consegue cuidar de todos ao mesmo tempo para sempre. Simplesmente não é possível”, disse o presidente da Houston Methodist, Marc Boom – no Estado do Texas, há 20 mil novos casos de covid-19 por dia e cerca de 13 mil estão internados com sintomas de covid-19.
De acordo com os dados do Projeto de Rastreamento Covid, uma organização voluntária que coleta informações sobre a doença nos 50 Estados, 5 territórios e do Distrito de Columbia, as internações ainda estão em alta no oeste e no sul do país, com mais de 80 mil pacientes com o novo coronavírus em leitos hospitalares.
Ontem, o número de casos registrados nos Estados Unidos desde o início da pandemia ultrapassou 25 milhões, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. As mortes ontem chegaram a 418.329 – o país lidera os óbitos no mundo.
Diretores de hospitais têm dito que, com tantos casos, há dificuldade em encontrar profissionais. No Novo México, uma rede de saúde teve de contratar 300 profissionais de fora do Estado para lidar com a demanda de pacientes na UTI. “Tem sido horrível”, disse Jason Mitchell, diretor clínico da rede. Nas unidades, salas de cirurgia foram adaptadas para tratar pacientes com covid-19.
Em Los Angeles, no Cedars-Sinai Medical Center, a escassez de profissionais também é sentida. “Inicialmente, quando as ondas de covid atingiram partes do país, uma de cada vez, as enfermeiras podiam ir às áreas mais afetadas. Agora, com a alta dos casos em quase todo o país, os hospitais estão pagando duas ou três vezes o que normalmente desembolsariam por profissionais temporárias”, disse Jeff Smith, diretor clínico do hospital.
“É realmente assustador e mentalmente desgastante mesmo você fazendo o que acredita ser o melhor”, disse a diretora da Associação Americana de Enfermeiros de Cuidados Intensivos, Kiersten Henry.
O espaço é outro problema. O Augusta University Medical Center, em Augusta, no Estado da Geórgia, trata pacientes adultos com menos de 30 anos nas UTIs infantis. As salas de recuperação agora também abrigam pacientes em estado grave e já há planos de transformar outras áreas – salas de cirurgia e laboratórios de endoscopia – em unidades intensivas.
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