O Ministério da Saúde do Japão disse nesta terça-feira, 12, que está tentando isolar uma nova variante do coronavírus, recentemente detectada em quatro pessoas procedentes do Brasil, para analisá-la melhor. O Japão anunciou no domingo, 10, que havia detectado uma nova variante do coronavírus, sem ser capaz de determinar imediatamente se era mais contagiosa, ou perigosa, do que as cepas já conhecidas.
"Para analisar melhor a variante, primeiro temos de isolá-la", explicou um responsável do Ministério japonês da Saúde à AFP. "Isso pode levar de várias semanas a vários meses" e, "portanto, é difícil dizer agora quando poderemos dar detalhes", acrescentou.
A variante foi descoberta em dois adultos e duas crianças que chegaram ao Japão em 2 de janeiro, procedentes do Brasil, informaram as autoridades sanitárias japonesas. Ainda não é possível afirmar se os viajantes são brasileiros ou apenas passaram uma temporada no País. Uma das pessoas, um homem na casa dos 40 anos, foi hospitalizado, devido a dificuldades respiratórias. A mulher e uma das crianças, um menino, apresentaram sintomas moderados, disseram as autoridades. A quarta pessoa, uma menina, é assintomática.
No último fim de semana, o Japão notificou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre essa nova variante. "Quanto mais a covid-19 se espalha, mais possibilidades há de que continue evoluindo. A transmissibilidade de algumas variantes do vírus parece estar aumentando", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na segunda-feira, 11.
De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, o Instituto Evandro Chagas está preparado para o receber amostras para sequenciamento da variante, que possui 12 mutações, entre elas uma das variantes identificadas no Reino Unido e na África do Sul. Em nota, o ministério diz que solicitou ao governo japonês informações sobre a nacionalidade dos viajantes, que passaram um período no Estado do Amazonas, e sobre os locais por onde eles passaram no Brasil para "rastreamento de potenciais contatos".
As descobertas em dezembro de uma variante altamente contagiosa da covid-19 no Reino Unido e, depois, na África do Sul causaram grande preocupação em todo mundo, levantando dúvidas sobre a eficácia das vacinas contra uma possível forma ultrarresistente do coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, "Não há, no entanto, nenhuma evidência científica que aponte impacto na efetividade do diagnóstico laboratorial ou das vacinas em estudo atualmente contra a covid-19". As autoridades brasileiras monitoram o caso em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
A recomendação do ministério é de que as gestões estaduais e municipais continuem a realizar testes para controle e investigação do coronavírus, além de ampliar o sequenciamento de rotina do vírus para identificação de novas variantes que possam estar em circulação no País.
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