Ao fim do discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Estado da União no Congresso dos Estados Unidos, a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, rasgou o que seria uma cópia do pronunciamento do dirigente republicano.
Esta cena foi o desfecho de um clima nada amistoso que começou assim que Trump chegou ao púlpito da Câmara, quando ele quebrou o protocolo ao cumprimentar apenas o vice-presidente do país, Mike Pence, e ignorou a democrata, que havia lhe estendido a mão.
Responsável pela abertura do processo de impeachment de Trump, Pelosi ficou sentada atrás do chefe de Estado durante todo o tradicional pronunciamento anual, ao qual acompanhou franzindo a testa e rindo de forma incrédula durante vários trechos.
Imediatamente ao fim da fala do republicano, enquanto ele era aplaudido, Pelosi se levantou e rasgou diante de todos o que seria uma cópia do discurso.
Ao ser perguntada por um repórter sobre a razão do gesto, Pelosi respondeu: "Porque era a coisa mais cordial a se fazer, considerando as alternativas".
Logo depois, a Pelosi postou no Twitter uma foto do momento em que foi ignorada por Trump enquanto estendia a mão para cumprimentá-lo.
Democrats will never stop extending the hand of friendship to get the job done #ForThePeople. We will work to find common ground where we can, but will stand our ground where we cannot. #SOTU pic.twitter.com/ELJqR9q4xD
— Nancy Pelosi (@SpeakerPelosi) February 5, 2020
"Os democratas nunca deixarão de estender a mão da amizade para fazer o trabalho #ForThePeople ("Para o Povo"). Vamos trabalhar para encontrar um campo comum onde for possível, mas permaneceremos firmes onde não for", descreve o texto que acompanha a foto na publicação na rede social.
Senadores republicanos criticaram Pelosi. "Esse é o tipo de atitude que os democratas sempre tiveram em relação a Trump", afirmou o senador Lindsey Graham. "Pelosi oode rasgar o discurso, mas não pode rasgar os feitos de Trump".
Discurso do Estado da União
Ontem, no discurso do Estado da União, Donald Trump disse que os Estados Unidos estão “mais fortes do que nunca”. Ele afirmou que obteve nesses três últimos anos o “grande retorno dos EUA”, assumindo o crédito pelo sucesso econômico do país de olho nas eleições de novembro, quando concorre à reeleição.
“Em apenas três anos, esmagamos a mentalidade de um declínio americano e rejeitamos a redução do destino da América. Estamos seguindo para um caminho que era inimaginável pouco tempo atrás e nunca vamos recuar”, afirmou Trump, entre aplausos dos republicanos e os gritos de “mais quatro anos”.
“Se não tivéssemos revertido as políticas econômicas falidas do governo anterior, o mundo agora não estaria vendo este grande êxito econômico”, disse o presidente, criticando o governo de seu antecessor, Barack Obama, e provocando vaias de alguns democratas.
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