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Dez países proíbem voos do Reino Unido para conter nova variante do coronavírus

Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, Irlanda, França, Áustria, Bulgária, Israel e El Salvador adotaram medida neste domingo.

Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, Irlanda, França, Áustria, Bulgária, Israel e El Salvador decidiram proibir voos procedentes do Reino Unido a partir deste domingo, 20, em uma tentativa de garantir que uma nova cepa de coronavírus que está se alastrando pelo sul da Inglaterra não se espalhe por seus territórios. A Holanda acrescentou ainda que, no início de dezembro, a amostragem de um caso no país revelou a mesma cepa de vírus encontrada no Reino Unido. A Itália também comunicou neste domingo ter identificado um paciente infectado com a nova variante.

Irlanda e França foram os últimos países a entrarem na lista de nações europeias com restrições de voos do Reino Unido. O governo francês determinou um bloqueio de 48 horas a partir da meia-noite de hoje. O Ministério dos Transportes da Alemanha também indicou que suas restrições valerão a partir da meia-noite, quando o país passará a receber apenas voos de carga britânicos. O governo da Alemanha não especificou até quando dura a restrição, mas informou estar em contato com os parceiros europeus para debater o assunto.


O ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi di Maio, disse no Facebook que o governo de seu país tinha o "dever de proteger a Itália e nossos compatriotas". Ele afirmou ter notificado o Reino Unido sobre a suspensão de voos e informou que a decisão de limitar as viagens seria assinada em breve. A Áustria também indicou que proibira voos de origem britânica, mas não especificou quando a medida passaria a valer.

A proibição de viagens na Holanda permanecerá em vigor até 1º de janeiro, disse o governo em um comunicado no início do domingo, acrescentando que está monitorando os desenvolvimentos e considerando medidas adicionais relacionadas a outros meios de transporte.

Em medidas para controlar a propagação do vírus, o governo emitiu um aviso "não viaje", a menos que seja absolutamente necessário. A proibição veio depois que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e cientistas anunciaram no sábado, 19, que a nova cepa de coronavírus identificada no país é até 70% mais transmissível do que as cepas existentes.

"Não há evidências que sugiram que [a nova cepa] seja mais letal ou cause doenças mais graves", enfatizou o primeiro-ministro, ou que "as vacinas sejam menos eficazes contra ela".

Johnson também disse que Londres e o sudeste da Inglaterra, que estão atualmente no nível mais alto de um sistema de regras de três camadas, agora serão colocados em um novo nível 4, com o encerramento de lojas não-essenciais, academias, cabeleireiros, bem como a proibição de deslocação para outras zonas do país.

O governo holandês disse que avalia com outras nações da União Europeia a possibilidade de conter a importação do vírus do Reino Unido.

Aderindo à decisão, a Bélgica também decidiu proibir voos do Reino Unido, assim como conexões ferroviárias; a rota Eurostar conecta cidades inglesas a Bruxelas.

O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, disse neste domingo que estava emitindo a ordem de 24 horas a partir da meia-noite, por precaução. "Há muitas perguntas sobre esta nova mutação e se ela já não está no continente", disse. Ele espera ter mais clareza a partir de terça-feira, 22.

Além do Reino Unido, Israel também proibiu voos da Dinamarca e da África do Sul. A Alemanha também deve anunciar a suspensão voos vindos da África do Sul, disse um funcionário do governo à agência AFP neste domingo.

Nos Estados Unidos não deve ocorrer proibição de voos vindos do Reino Unido. "Eu realmente acredito que não precisamos fazer isso ainda", disse o secretário-assistente do Departamento de Saúde dos EUA, Brett Giroir, à ABC News. "Ainda não vimos uma única mutação do vírus que o fizesse escapar da vacina".

LONGO LOCKDOWN NO REINO UNIDO

O ministro da saúde britânico, Matt Hancock, sugeriu neste domingo que as novas restrições adotadas nessas regiões poderiam permanecer por algum tempo, dizendo que uma nova variante do coronavírus que surgiu é muito difícil de controlar. "Nós realmente precisamos colocar isso sob controle. Temos um longo caminho a percorrer para resolver isso."

As novas restrições de bloqueio devem permanecer por vários meses até que as vacinas sejam aplicadas em todo o Reino Unido, acrescentou Hancock, segundo informações do jornal The Guardian.

"O que é realmente importante é que as pessoas não apenas sigam (as novas regras) mas todos em áreas de nível 4 ajam como se você tivesse o vírus para parar de espalhá-lo para outras pessoas", disse ao programa Sophy Ridge da Sky News neste domingo.

"Sabemos que você pode pegar mais facilmente esta nova variante com uma pequena quantidade do vírus presente", afirmou o ministro. Segundo Hancock, "precisamos de mais medidas para controlar a propagação da nova variante do que para controlar a propagação da variante antiga. Esse é o problema fundamental", admitiu o ministro da saúde britânico.

A partir deste domingo, mais de 20 milhões de pessoas vão permanecer confinadas na Inglaterra, quando medidas restritivas entraram em vigor devido ao aumento alarmante de casos de covid-19, que o governo britânico relaciona a uma nova variante do vírus.

Com estas regras, os planos flexíveis que o governo tinha autorizado entre os dias 22 e 28 de dezembro também foram alterados para que familiares e amigos pudessem se reunir no Natal. Aqueles que vivem em áreas de nível 4 não poderão se juntar a outras pessoas que moram em níveis inferiores.

As regras estabelecidas na Inglaterra terão duração de duas semanas e serão revistas no dia 30 de dezembro.

A Grã-Bretanha alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS) que a nova variante identificada nesta semana parece estar acelerando a disseminação da covid-19, dizendo que ele responde por cerca de 60% dos casos da capital.

Os vírus sofrem mutações regularmente, e os cientistas descobriram milhares de mutações diferentes entre as amostras do vírus que causa a doença. Mas muitas dessas mudanças não afetam a facilidade com que o vírus se espalha ou a gravidade dos sintomas.

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