O Tribunal de Cassação da Itália confirmou nesta terça-feira, 19, a sentença de prisão perpétua de Cesare Battisti, o ex-ativista de extrema esquerda condenado por quatro assassinatos cometidos na década de 1970.
O tribunal superior declarou inadmissível o recurso apresentado por Battisti contra o tribunal de apelação de Milão, que em 17 de maio negou que sua pena fosse comutada para 30 anos de prisão, ordenando prisão perpétua.
O ex-ativista de extrema esquerda, fugitivo por 40 anos, viajou para a França e depois viveu anos no Brasil sob proteção do governo de esquerda do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Battisti foi capturado na Bolívia em janeiro deste ano e extraditado em seguida para a Itália, pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Depois de retornar à Itália, ele foi transferido para uma prisão de alta segurança, onde está cumprindo sua sentença.
Semanas após a prisão, admitiu a um juiz italiano sua responsabilidade pelos quatro assassinatos cometidos na década de 1970 e disse ter se arrependido por acreditar na luta armada.
Na Itália, a prisão de Battisti foi aplaudida pela direita e pela esquerda, em particular porque o ex-chefe do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) sempre alegou sua inocência e nunca expressou arrependimento por seus atos.
Battisti foi condenado pela primeira vez na Itália no início dos anos 80 a 13 anos de prisão por pertencer ao PAC durante os "anos iniciais" do grupo.
Ele escapou em 1981, sendo julgado à revelia em 1993 e condenado à prisão perpétua por quatro homicídios e cumplicidade em outros assassinatos no final da década de 1970.
Na França, Battisti tornou-se um autor de sucesso de romances policiais. Em 2004, ele foi expulso da França e se refugiou no Brasil em segredo, antes de ser preso no Rio de Janeiro em 2007.
Em 2010, o então presidente Lula negou sua extradição para a Itália e concedeu a ele o status de refugiado político.
Battisti se casou com uma brasileira, com quem teve um filho em 2013.
Em 13 de dezembro de 2018, o Supremo Tribunal Federal ordenou sua prisão para que fosse extraditado.
A prisão do réu aconteceu na Bolívia, onde a polícia boliviana e italiana atuaram em conjunto para mandá-lo para uma prisão na ilha italiana da Sardenha.
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