Diante de empresários brasileiros e chineses, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o seu governo está "perfeitamente alinhado" com a China. "Estamos alinhados em mais coisas além da questão comercial", discursou a uma plateia de cerca de 500 pessoas. Ele disse que terá o prazer de apertar pessoalmente a mão do presidente chinês, Xi Jinping, com quem vai se reunir nesta sexta-feira, 25.
Bolsonaro também agradeceu a China por ter apoiado o País em meio à crise internacional sobre a região amazônica. Em agosto, o ministro-conselheiro da China no Brasil, Qu Yuhui, afirmou que a crise foi "fabricada" e que a repercussão negativa em relação às queimadas florestais não afetaria as relações entre os países.
"Quero agradecer as palavras do seu embaixador sobre nossa soberania na região amazônica", disse o presidente. "Para nós não tenho preço esse reconhecimento público e suas palavras sobre essa região tão importante para o mundo e para o Brasil".
O presidente reforçou a mensagem de que o Brasil "mudou" e que tem recuperado a confiança perante o mundo. Segundo ele, "não há país que não queira conversar conosco".
Apesar de enfrentar dificuldades na relação com países europeus, Bolsonaro citou o acordo fechado entre o Mercosul e a União Europeia como prova de que o Brasil busca negócios com o mundo todo.
Ele disse, ainda, que há um "perfeito entrosamento" na política brasileira entre o Executivo e o Legislativo. "Nos últimos dias a aprovação da reforma da Previdência foi claro sinal de que o Brasil está no caminho certo. Outras virão", prometeu, citando as reformas fiscal e administrativa.
Nesta quinta-feira, 24, ao chegar a Pequim, o presidente afirmou que a China é "capitalista" e que está disposto a fazer o que for possível para ampliar as relações comerciais. No ano passado, o presidente adotou uma retórica inflamada anti-China durante a campanha eleitoral e chegou a dizer que os chineses estavam "comprando o Brasil".
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também moderou o discurso e afirmou que empresários chineses e brasileiros deviam aproveitar "juntos" as oportunidades que se abrem para os dois países. Em março, Ernesto chegou a dizer que o Brasil "não venderá a alma" para exportar produtos para a China, principal parceiro comercial do País.
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