O brasileiro Jonatan Moisés Diniz, de 31 anos, foi libertado neste sábado (06), pelo governo venezuelano após ficar quase dez dias detido em Caracas. Ele já embarcou num voo rumo a Miami, onde vive. O chanceler brasileiro Aloysio Nunes usou o Twitter para confirmar a libertação de Jonatan e citou explicitamente sua expulsão: “O incidente envolvendo o brasileiro Jonatan Moisés Diniz foi encerrado, com sua expulsão da Venezuela”.
O Itamaraty recebeu, nesta manhã, informações de que o governo avaliava expulsar Jonatan do país. Funcionários do governo brasileiro questionaram às autoridades venezuelanas se aconteceria uma visita consular antes disso, mas não obtiveram resposta. À tarde, o Itamaraty foi comunicado que o brasileiro estava em um voo para os Estados Unidos.
- Foto: DivulgaçãoJonatan Moisés Diniz,
Ainda não foram divulgadas informações sobre os motivos que levaram à prisão do brasileiro e nem detalhes sobre a decisão de soltá-lo. “A saída só foi possível graças aos intensos esforço” dos ministérios das Relações Exteriores através da embaixada e consulado em Caracas”, explicou uma fonte brasileira.
A mãe de Jonatan, Renata Diniz, disse ao Globo ter sido informada pelo Itamaraty que o filho havia sido solto. “Não sei muitos detalhes, mas o mais importante para mim era que ele saísse de lá, era o que mais interessava à família. Já chorei muito, mas espero que essa situação toda passe. Estou com o telefone na mão aguardando notícias do Itamaraty a qualquer momento. Está sendo muito difícil”, declarou.
Jonatan estava detido desde o fim de 2017 na sede central do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), na capital venezuelana.
O governo demorou mais de uma semana para descobrir que o brasileiro estava nesta espécie de prisão de segurança máxima do Sebin. Ele mora nos Estados Unidos e viajou para a Venezuela para fazer trabalhos de caridade, no fim do ano passado.
No dia de sua detenção, Diosdado Cabello, membro da Assembleia Nacional Constituinte e figura de peso dentro do chavismo, declarou publicamente que o brasileiro estava à frente de uma ONG chamada “Time to Change the Earth” que de acordo com o dirigente chavista serviria de fachada para promover atividades contra o governo venezuelano na internet e nas ruas.
O chavismo também o acusou informalmente de ser parte do grupo “Warriors of Angels” (Guerreiros dos anjos, em português), e um dos supostos delitos cometidos por Jonatan teria sido a publicação em redes sociais de imagens de protestos contra o governo Maduro.
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