A partir de agora, as redes de televisão da Venezuela estão proibidas de fazerem coberturas ao vivo dos protestos. Funcionários da Globovisión denunciaram que o órgão regulador das telecomunicações no país ameaça constantemente tirar do ar os canais que transmitirem imagens das manifestações sem declarações oficiais de membros do governo ou usarem palavras como “ditadura e “desobediência” em sua programação.
Um funcionário da Globovision, que não quis se identificar, disse ao jornal argentino La Nación, que as ameaças acontecem todos os dias. “É a Conatel que decide a cobertura”, acrescentou, referindo-se à Comissão Nacional de Telecomunicações, órgão regulador do setor na Venezuela.
De acordo com a Veja, com a pressão do governo venezuelano, os protestos da oposição, cuja repressão já deixou quase 60 mortos, recebem menor destaque na televisão do que outros momentos de tensão política.
- Foto: Fernando Llano/AP PhotoProtestos contra Maduro na Venezuela
Quando o canal Globovisión transmite imagens ao vivo dos protestos, a cobertura não pode durar mais de um minuto e obrigatoriamente, tem que vir em seguida uma declaração oficial da administração de Nicolás Maduro.
Segundo o La Nación, nos outros principais canais de televisão privados, as reportagens muitas vezes são editadas depois de prontas para suprimir palavras como “repressão” ou imagens que mostram o choque entre os guardas e os manifestantes.
Já o governo venezuelano afirma que está sendo vítima de complô organizado pelos grandes meios de comunicação internacionais, e já realizou diversas reuniões com seus representantes para pedir moderação na cobertura.
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