A Turquia estuda a criação de uma zona-tampão em território sírio, perto de sua fronteira, para proteger os refugiados que estejam escapando da repressão do regime de Bashar Assad, declarou ontem o governo de Ancara. O anúncio reforça as suspeitas de que uma intervenção esteja sendo preparada.
"Uma zona-tampão, uma zona de segurança, são coisas que estão sendo planejadas", declarou o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. Em Ancara, a percepção é a de que a implementação dessa zona-tampão exigiria uma coordenação internacional, já que envolveria uma ação militar para proteger os refugiados.
Erdogan já teria advertido o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, que se encarregou de intermediar com o regime sírio a abertura de um diálogo, que – se os esforços de mediação não funcionarem – passará a aplicar o plano de proteger os refugiados numa área de segurança. Hoje, a Turquia já tem 15 mil refugiados sírios. Mas 1,4 mil pessoas cruzaram a fronteira apenas nos últimos dois dias.
No dia 2, o projeto da zona-tampão será debatido com a oposição síria, estabelecida em sua grande parte na Turquia. De um lado, os turcos ocupariam parte do território sírio perto da fronteira para receber os refugiados. Mas a área ainda seria vista como uma base para que a oposição possa se organizar e se armar. O projeto é uma das reivindicações mais antigas da oposição síria.
Enquanto nenhuma solução clara aparece, o governo da Turquia teme um êxodo em massa para seu território, repetindo o fluxo de 500 mil pessoas que deixaram o Iraque na primeira Guerra do Golfo, em 1991. O governo turco pediu ontem a seus cidadãos que deixem imediatamente a Síria.
Em outro sinal de isolamento do regime de Assad, países do Golfo Pérsico anunciaram o fechamento de suas embaixadas em Damasco. A decisão foi criticada por Moscou, que alerta para o risco de isolar Assad. Na avaliação do Kremlin, essa medida envia à oposição a mensagem de que o diálogo não é uma opção.
Annan discorda da visão russa, dizendo que a oposição com a qual ele se reuniu está, sim, disposta a dialogar com Assad.
Sem uma resposta satisfatória de Assad, Annan decidiu que enviará neste fim de semana a Damasco apenas uma equipe técnica. O mediador estima que voltará à Síria só depois de uma nova avaliação da situação.
Segundo o Estado apurou, a percepção de Annan é a de que Assad estaria se aproveitando da divergência entre as potências para manter sua política de repressão.
O dia de ontem na Síria reforçou essa tese. Três bairros de Damasco foram tomados pela violência e estima-se que cerca de 40 pessoas foram mortas. Segundo a ONU, no total, pelo menos 8 mil pessoas morreram no levante sírio, que entra em seu segundo ano. Outras três cidades registraram protestos ontem.
Não por acaso, Annan disse que a maior oportunidade de frear a violência passaria pela união entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para ele, esse seria o fator que mais impacto teria sobre Assad. "O Conselho de Segurança precisa falar com uma só voz", disse. Em Genebra, Annan ainda se reuniu ontem com delegações de Rússia e China, justamente para convencê-las a superar as divergências com o Ocidente. "Há diferenças de posição. Mas isso é normal. Espero que possamos ver logo o Conselho agindo de forma unida", disse.
"Uma zona-tampão, uma zona de segurança, são coisas que estão sendo planejadas", declarou o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. Em Ancara, a percepção é a de que a implementação dessa zona-tampão exigiria uma coordenação internacional, já que envolveria uma ação militar para proteger os refugiados.
Erdogan já teria advertido o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, que se encarregou de intermediar com o regime sírio a abertura de um diálogo, que – se os esforços de mediação não funcionarem – passará a aplicar o plano de proteger os refugiados numa área de segurança. Hoje, a Turquia já tem 15 mil refugiados sírios. Mas 1,4 mil pessoas cruzaram a fronteira apenas nos últimos dois dias.
No dia 2, o projeto da zona-tampão será debatido com a oposição síria, estabelecida em sua grande parte na Turquia. De um lado, os turcos ocupariam parte do território sírio perto da fronteira para receber os refugiados. Mas a área ainda seria vista como uma base para que a oposição possa se organizar e se armar. O projeto é uma das reivindicações mais antigas da oposição síria.
Enquanto nenhuma solução clara aparece, o governo da Turquia teme um êxodo em massa para seu território, repetindo o fluxo de 500 mil pessoas que deixaram o Iraque na primeira Guerra do Golfo, em 1991. O governo turco pediu ontem a seus cidadãos que deixem imediatamente a Síria.
Em outro sinal de isolamento do regime de Assad, países do Golfo Pérsico anunciaram o fechamento de suas embaixadas em Damasco. A decisão foi criticada por Moscou, que alerta para o risco de isolar Assad. Na avaliação do Kremlin, essa medida envia à oposição a mensagem de que o diálogo não é uma opção.
Annan discorda da visão russa, dizendo que a oposição com a qual ele se reuniu está, sim, disposta a dialogar com Assad.
Sem uma resposta satisfatória de Assad, Annan decidiu que enviará neste fim de semana a Damasco apenas uma equipe técnica. O mediador estima que voltará à Síria só depois de uma nova avaliação da situação.
Segundo o Estado apurou, a percepção de Annan é a de que Assad estaria se aproveitando da divergência entre as potências para manter sua política de repressão.
O dia de ontem na Síria reforçou essa tese. Três bairros de Damasco foram tomados pela violência e estima-se que cerca de 40 pessoas foram mortas. Segundo a ONU, no total, pelo menos 8 mil pessoas morreram no levante sírio, que entra em seu segundo ano. Outras três cidades registraram protestos ontem.
Não por acaso, Annan disse que a maior oportunidade de frear a violência passaria pela união entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para ele, esse seria o fator que mais impacto teria sobre Assad. "O Conselho de Segurança precisa falar com uma só voz", disse. Em Genebra, Annan ainda se reuniu ontem com delegações de Rússia e China, justamente para convencê-las a superar as divergências com o Ocidente. "Há diferenças de posição. Mas isso é normal. Espero que possamos ver logo o Conselho agindo de forma unida", disse.
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