O pré-candidato republicano à Casa Branca Rick Santorum ganhou na madrugada desta quarta-feira, 14, mais argumentos para se promover como o "verdadeiro conservador" que vai enfrentar o presidente Barack Obama nas urnas em novembro, após obter duas vitórias consecutivas em primárias do "sul profundo" americano.
Santorum, que no fim de semana venceu também as primárias do partido no Estado do Kansas, bateu seus adversários na rodada de votações no Alabama e Mississippi realizadas na terça-feira, 13.
Entretanto, o final embolado da disputa, com uma pequena diferença entre os três primeiros candidatos, acabou beneficiando o líder da corrida, Mitt Romney - que, acumulado, tem bem mais delegados que votarão por ele na convenção republicana em agosto.
Ao levar Alabama e Mississippi, Santorum ganhou na "casa" de Newt Gingrich, o terceiro lugar na disputa pré-presidencial. O ex-presidente da Câmara representou a Geórgia em toda sua carreira política, e nesta eleição tem se vendido como o verdadeiro sulista. Agora, a pressão para que Gingrich desista da disputa pré-presidencial aumenta.
União conservadora
A teoria de que Santorum e Gingrich têm tirado voto um do outro - prejudicando-se mutuamente e beneficiando Romney indiretamente - ficou mais clara com os resultados da terça-feira.
No Mississippi, Santorum venceu com 33% dos votos, contra 31% de Gingrich, e 30% de Romney. Já no Alabama, os percentuais foram, respectivamente, 35%, 30% e 28%.
Mas como nesta fase das primárias os candidatos obtêm delegados proporcionalmente aos votos conseguidos, uma pouca diferença não é capaz de alterar os rumos da indicação republicana.
"A hora agora é de os conservadores se unirem. A hora agora é de garantir nossas chances de vencer as eleições", discursou Santorum na Louisiana, Estado que realizará suas primárias no dia 24.
"A melhor forma de vencer as eleições é indicar um conservador para enfrentar Barack Obama, para podermos desafiá-lo em cada tema."
Ser ou não ser conservador?
Para Romney, um terceiro lugar tanto no Alabama quanto no Mississippi não é exatamente novidade. Sem conexão com o eleitorado sulista, nos últimos dias ele próprio disse que estas prévias eram "uma espécie de jogo fora de casa".
Segundo as pesquisas de boca-de-urna realizadas no Alabama e no Mississippi, sete de cada dez eleitores que votaram na terça-feira se consideram conservadores - sendo que quatro destes se descrevem como muito conservadores. Para mais da metade, Romney "não é conservador o suficiente".
Romney é visto por muitos republicanos que votam nestas primárias - tipicamente mais velhos e avessos às mudanças - como um camaleão do ponto de vista ideológico.
Já a religiosidade de Santorum, um católico fervoroso, parece transmitir estabilidade e coerência para o conservador eleitorado evangélico - que respondeu por oito em cada dez eleitores nos dois Estados. No Tennessee, onde 76% dos eleitores também eram evangélicos, Santorum também venceu.
O principal argumento de Romney para a indicação - a pura e simples matemática de que tem mais delegados - pode não ser o mais cativante para os eleitores, mas foi reforçado nas votações da terça-feira.
Os eleitores republicanos escolheram os delegados que votarão na convenção do partido, em agosto. Para vencer a indicação à Presidência, um candidato precisa de 1.144 delegados.
Com os últimos resultados, as estimativas são de que Romney tem por volta de 480 delegados, enquanto Santorum tem cerca de 234. Newt Gingrich teria em torno de 139 e Ron Paul, último colocado na disputa, em torno de 66.
Vencer, mas não levar
Se Santorum e Gingrich seguirem esvaziando mutuamente sua contagem de delegados, é cada vez mais possível que nenhum deles seja ameaça direta para Romney.
Entretanto, ao tirar votos do primeiro colocado, eles abrem uma remota possibilidade que já vem sendo objeto de especulações nos meios de comunicação americanos: a de nenhum pré-candidato obter o número de votos necessário para a indicação presidencial.
Neste caso, os resultados dessas primárias seriam descartados e o candidato - não necessariamente entre os pré-candidatos - seria aclamado na própria convenção republicana, na Flórida, em agosto.
A probabilidade ainda é remota e, se ocorrer, será a primeira vez desde 1948. Mas analistas creem que a possibilidade se aproxima à medida que Romney não consiga superar a rejeição do eleitorado mais conservador e conquistar o seu voto.
A ex-candidata a vice do partido Republicano, Sarah Palin, disse que "ajudaria" em uma eventual convenção mediada. A líder do movimento radical de direita Tea Party desapareceu da cena política e, segundo analistas, poderia retornar ao palco público aproveitando uma situação inusitada dentro do processo pré-eleitoral.
Santorum, que no fim de semana venceu também as primárias do partido no Estado do Kansas, bateu seus adversários na rodada de votações no Alabama e Mississippi realizadas na terça-feira, 13.
Entretanto, o final embolado da disputa, com uma pequena diferença entre os três primeiros candidatos, acabou beneficiando o líder da corrida, Mitt Romney - que, acumulado, tem bem mais delegados que votarão por ele na convenção republicana em agosto.
Ao levar Alabama e Mississippi, Santorum ganhou na "casa" de Newt Gingrich, o terceiro lugar na disputa pré-presidencial. O ex-presidente da Câmara representou a Geórgia em toda sua carreira política, e nesta eleição tem se vendido como o verdadeiro sulista. Agora, a pressão para que Gingrich desista da disputa pré-presidencial aumenta.
União conservadora
A teoria de que Santorum e Gingrich têm tirado voto um do outro - prejudicando-se mutuamente e beneficiando Romney indiretamente - ficou mais clara com os resultados da terça-feira.
No Mississippi, Santorum venceu com 33% dos votos, contra 31% de Gingrich, e 30% de Romney. Já no Alabama, os percentuais foram, respectivamente, 35%, 30% e 28%.
Mas como nesta fase das primárias os candidatos obtêm delegados proporcionalmente aos votos conseguidos, uma pouca diferença não é capaz de alterar os rumos da indicação republicana.
"A hora agora é de os conservadores se unirem. A hora agora é de garantir nossas chances de vencer as eleições", discursou Santorum na Louisiana, Estado que realizará suas primárias no dia 24.
"A melhor forma de vencer as eleições é indicar um conservador para enfrentar Barack Obama, para podermos desafiá-lo em cada tema."
Ser ou não ser conservador?
Para Romney, um terceiro lugar tanto no Alabama quanto no Mississippi não é exatamente novidade. Sem conexão com o eleitorado sulista, nos últimos dias ele próprio disse que estas prévias eram "uma espécie de jogo fora de casa".
Segundo as pesquisas de boca-de-urna realizadas no Alabama e no Mississippi, sete de cada dez eleitores que votaram na terça-feira se consideram conservadores - sendo que quatro destes se descrevem como muito conservadores. Para mais da metade, Romney "não é conservador o suficiente".
Romney é visto por muitos republicanos que votam nestas primárias - tipicamente mais velhos e avessos às mudanças - como um camaleão do ponto de vista ideológico.
Já a religiosidade de Santorum, um católico fervoroso, parece transmitir estabilidade e coerência para o conservador eleitorado evangélico - que respondeu por oito em cada dez eleitores nos dois Estados. No Tennessee, onde 76% dos eleitores também eram evangélicos, Santorum também venceu.
O principal argumento de Romney para a indicação - a pura e simples matemática de que tem mais delegados - pode não ser o mais cativante para os eleitores, mas foi reforçado nas votações da terça-feira.
Os eleitores republicanos escolheram os delegados que votarão na convenção do partido, em agosto. Para vencer a indicação à Presidência, um candidato precisa de 1.144 delegados.
Com os últimos resultados, as estimativas são de que Romney tem por volta de 480 delegados, enquanto Santorum tem cerca de 234. Newt Gingrich teria em torno de 139 e Ron Paul, último colocado na disputa, em torno de 66.
Vencer, mas não levar
Se Santorum e Gingrich seguirem esvaziando mutuamente sua contagem de delegados, é cada vez mais possível que nenhum deles seja ameaça direta para Romney.
Entretanto, ao tirar votos do primeiro colocado, eles abrem uma remota possibilidade que já vem sendo objeto de especulações nos meios de comunicação americanos: a de nenhum pré-candidato obter o número de votos necessário para a indicação presidencial.
Neste caso, os resultados dessas primárias seriam descartados e o candidato - não necessariamente entre os pré-candidatos - seria aclamado na própria convenção republicana, na Flórida, em agosto.
A probabilidade ainda é remota e, se ocorrer, será a primeira vez desde 1948. Mas analistas creem que a possibilidade se aproxima à medida que Romney não consiga superar a rejeição do eleitorado mais conservador e conquistar o seu voto.
A ex-candidata a vice do partido Republicano, Sarah Palin, disse que "ajudaria" em uma eventual convenção mediada. A líder do movimento radical de direita Tea Party desapareceu da cena política e, segundo analistas, poderia retornar ao palco público aproveitando uma situação inusitada dentro do processo pré-eleitoral.
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