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Internacional

Usaid financiou universidade para terrorista da Al-Qaeda

O terrorista teria permanecido nos Estados Unidos durante a década de 1990 com visto de estudante.

Documentos obtidos por meio do Ato de Liberdade à Informação (FOIA) revelam que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) financiou integralmente os estudos universitários de Anwar al-Awlaki, comandante da Al-Qaeda. O terrorista teria permanecido nos Estados Unidos durante a década de 1990 com visto de estudante.

Em 1990, os custos médios anuais de mensalidades para estudantes internacionais em universidades públicas dos EUA, como a Colorado State University, variavam entre US$ 6 mil e US$ 12 mil. Awlaki, nascido no Novo México, foi diretamente envolvido em atividades extremistas e, apesar de ser filho de imigrantes iemenitas, retornou aos Estados Unidos para cursar Engenharia na Universidade do Estado do Colorado, de forma ilegal.


Segundo o documento divulgado pela Fox News, Awlaki falsificou informações para obter a "bolsa de estudos" financiada pela Usaid, alegando ter nascido no Iémen. Durante sua estadia nos EUA, entre junho de 1990 e junho de 1991, ele teria se aproximado de radicais islâmicos.

Ainda nos Estados Unidos, Awlaki se destacou como clérigo em mesquitas locais e, acredita-se, que seus sermões influenciaram os sequestradores responsáveis pelos ataques de 11 de setembro de 2001. Três anos depois, ele retornou ao Iémen, onde passou a lecionar na Universidade al-Iman, em Sanaa, e iniciou o recrutamento de militantes para a Al-Qaeda.

O governo dos Estados Unidos tentou sua prisão, mas devido à influência de sua família no governo iemenita, a captura foi impedida. O pai de Awlaki, Nasser al-Awlaki, é um membro de destaque do partido governante do Iémen. Em 2011, Awlaki se tornou o primeiro cidadão norte-americano a ser alvo da CIA e foi morto em uma operação com drones realizada pelo Exército dos EUA.

Críticas à Usaid e Políticas de Ajuda Externa

A revelação de que a Usaid financiou os estudos de Awlaki surge em um momento em que o presidente Donald Trump questiona a eficácia e a prioridade das políticas de ajuda externa dos Estados Unidos. Trump tem defendido o fechamento da Usaid, acusando a agência de desperdiçar dinheiro dos contribuintes em projetos que, muitas vezes, não estão alinhados com os objetivos do governo. O caso de Awlaki levanta preocupações sobre os processos seletivos para bolsas de estudo nos EUA e os riscos de consequências indesejadas em programas de ajuda internacional.

Esse incidente exemplifica como falhas no monitoramento de programas de ajuda podem criar riscos à segurança nacional, com o financiamento indireto de indivíduos ligados ao extremismo. A trajetória de Awlaki — de estudante universitário financiado ilegalmente pelo governo dos EUA a líder terrorista recrutando militantes — é uma evidência das falhas sistêmicas que, no caso, facilitaram a ascensão de um dos mais notórios extremistas da história recente.

Na terça-feira, 4 de fevereiro, Trump anunciou que pretende fechar a Usaid, e o site oficial da agência já exibe um aviso informando que “todos os contratados serão colocados em licença administrativa, globalmente.”

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